Ogres desdentados vs. carecas zarolhos: quem vencerá?

Então e aquela caldeirada que o José Cid armou com os transmontanos? Medonhos, feios e desdentados, hã? Sim, senhor!
Eu, se fosse promotor de eventos, organizava uma daquelas battles de hip-hop entre um espécime desses que o cantor descreveu e o próprio tio Cid. Havia de ser uma daquelas guerras de palavras que eu tinha no pátio da escola primária e que antecediam arraiais de porrada de fazer inveja ao Manuel Maria Carrilho e à Bárbara Guimarães. Era na base do que segue abaixo.
- Eh, tu és feio como o Shrek, ó tu que nunca viste o mar! . dizia o Cid.
- Pois sou, mas ando aqui à vista de todos! E tu, ó zarolho, que andas com esses óculos para não mostrares esse olho de vidro? Olha, saca-o aí para vermos quem ganha isto ao berlinde! - respondia o transmontano
- Uh... e... e... tu que estás todo desdentado? Essa baliza aberta é para quê? Para facilitares a vida aos pontas-de-lança? - tornava à carga o tio Cid
- É para comer papas de sarrabulho sem trincar o arroz, ó careca! E para que tens tu esse capachinho mal amanhado? É para te tapar a pista de aeroporto? Olha, anda lá para Chaves que estamos a precisar de um sítio onde as avionetas possam aterrar!
À porrada não sei como ficava, mas está visto quem é que dava uma cabazada a quem neste despique de lavagem de roupa suja, não está?

Dá-nos naturalidade, Senhor!

A Rita Andrade consegue ser tão artificial quando abre a boca, meu Deus. Parece que acabou de gramar três sintetizadores cortados em fatias fininhas...

Novidades novíssimas de sempre!

Diz que hoje a noite no Rock in Rio vai ser boa, mas boa! Vai lá aquela miúda nova, que está a fazer furor em todo o mundo e a arrebatar a crítica musical internacional. O público português é um privilegiado por poder ter artistas deste calibre a actuar por cá. Espero que seja a primeira de muitas vezes que... a Ivete Sangalo nos vem visitar! Que bom que será ouvir aquele belo repertório! Ah, até sonho acordado!
Ai, porque é que os problemas técnicos dos Korn não se estendem para hoje?

Só se muda para melhor, não é? Pois é, pois é...

A pior alteração que o pessoal do YouTube fez naquele monstro virtual foi a introdução da reprodução automática de vídeos relacionados com o que estamos a ver. O problema agudiza-se no caso de termos crianças pequenas em casa.
Antes punhamos um vídeo a correr e no final dizíamos: «Ah, acabou-se! Não há mais!» O que acontece agora? Pomos um clip do Panda, vemos os outros 324 que também lhe pertencem, passamos para a Xana Toc-Toc, mamamos os vídeos todos dela e, cereja no topo do bolo, temos o Avô Cantigas à nossa espera para nos assustar com o "Fantasminha Brincalhão". E a verdade é que ele consegue mesmo. Pelo menos, se tivermos um bocadinho de respeito por música!

Mariza vai ser patrocinada pelo Restaurador Olex

Então diz que vai para aí uma polémica pegada por causa do cabelo da Mariza? Sim, sim, uma seguidora do Facebook (a magia das redes sociais na criação de sururus é impressionante) apeteceu-lhe embirrar com a cabeça de isqueiro da fadista.
Primeira coisa: quem se lembrou de a criticar agora tem andado hibernado desde o início da carreira da mulher. Filha, não sei em que planeta habita, mas a Mariza deve ter o cabelo assim desde que tropeçou, ainda em criança, numa pedra e caiu de cabeça dentro de um balde de tinta de quem estava a dar a segunda demão na fachada da Casa Amarela, em Vila do Conde. Sim, a rapariga sempre foi muito viajada.
Segunda coisa: há alvos bem mais apetecíveis. Filha (reparem como gosto de manter a proximidade paternal), se queres embirrar com alguém pela cor capilar, Atira-te ao Pedro Miguel Ramos (que é feito de si?) e à Wanda Stuart. Azulinho platinado até rebenta globos oculares.
Terceira coisa: quando eu for famoso também vens embirrar comigo se me apetecer andar com o cabelo vermelho, as sobrancelhas brancas (de farinha, claro) e as unhas de rosa-choque? Hum, pensando bem, sou capaz de nunca chegar a celebridade com estas ideias de look... digamos... alternativo-rabicho

Ó Tozé Brito, anda cá ver isto!

Adoro futebol e a forma apaixonada como o vivo faz-me estar permanentemente atento a tudo o que o envolve. Os cânticos das claques, por exemplo, põem-me sempre de orelhas a pino para ver se descortino o que diz a mole humana.
Ora o Braga venceu ontem a Taça de Portugal e foi hoje recebido na Câmara Municipal da cidade que empresta o nome ao clube. Pois gritavam os seus adeptos o seguinte:
«A Taça é nossa, a Taça é nossa e há-de ser. A Taça é nossa e há-de ser! A Taça é nossa até morrer!»
Ora vamos lá escalpelizar as frases cantadas. A Taça é deles, sim. Muitos parabéns e um queijo da Serra para a viagem. A Taça é deles e há-de ser? Bom, aqui é que encontramos a primeira parvoíce. Um clube quase centenário que só venceu dois troféus destes durante toda a sua história não pode abarbatar-se assim com a dita cuja para sempre. Aliás, até estou aqui capaz de apostar um pelo do nariz em como não voltam a conquistá-la para o ano. Mas o topo da estupidez está reservado para a última frase. A Taça é deles até morrer? E de que vai morrer a Taça? De velhice? De doença? Por homicídio? Por oxidação?
Ó meus amigos, vocês não podem largar para aí a dizer baboseiras só porque levaram um caneco para casa. Tenham contenção na ingestão de bebidas alcoólicas e contratem um bom letrista. O Carlos Tê está disponível! Vá, vamos lá a isso antes que alguém se lembre de vos tirar a celebrada Taça por não saberem trata-la como deve ser!

Melhor que o bailinho da Madeira só o mal-criadinho

E aquele deputado no Parlamento Regional da Madeira que disse em plena sessão de debate, e passo a citar, «e os senhores desinvestiram significativamente nessa merda... nessa matéria...»?
Eu gostei do uso do vernáculo num ambiente que devia ser tipicamente formal, mas onde José Manuel Coelho já fez uma sessão de strip-tease capaz de deixar a Linda Reis (que saudades!) bastante envergonhada e a achar que já lhe roubaram o lugar no top das figuras mais ridículas de todo o sempre.
Adorava ver esta informalidade (ou deboche total) transportada para a Assembleia da República. Substituíamos o Ferro Rodrigues pelo Fernando Rocha (que é feito dele?) e adoptava-se este tipo de linguagem tão rica. Imaginemos um discurso de Passos Coelho a acusar o actual Governo de falta de seriedade:
- Vocês, seus cabrões de merda, andam a mentir aos portugueses! Esse caralho desse "plano B" sempre esteve na vossa agenda e vocês, seus filhos da puta, sempre o esconderam!
Não seria tão mais fixe? Subterfúgios para quê? O exemplo vem da Madeira, meus amigos. O Exemplo e as bananas!

Um dia a casa vem abaixo

O dia em que tive vontade de pegar fogo ao computador e todos os seus apêndices. Foi hoje. Não há Internet? Não há problema, restaura-se o sistema
 Não havia problema, pois não? Não! Só ficaste sem o Microsoft Office... e sem o antivírus... e sem o Chrome... e sem o raio que parta esta merda toda!
Ah, mas ficaste com os documentos todos! Fixe, pá! O português tem sempre sorte! Partiu uma perna? Podia ter partido duas ou, azar dos azares, ser homem e ter partido as três, sendo que a terceira já só lhe servia para fazer xixi.
Sou um homem feliz neste momento. Tenho o Internet Explorer e ando à procura de repor os programas que perdi. Se me virem com a boca à banda nos próximos tempos, não fiquem admirados. Foi mesmo um AVC ou, como se diz na minha terra, uma "trombosa". Depois vou na "embulança" para o hospital...

Ai que eu já fui tão bom e agora já não sou!

Olha, mãe, olha! O Bruce Springsteen está a fazer malabarismo com a prótese dentária!
Vá lá, senhor! Não vê que a sua fase de parecer-se com um rocker do catano já foi? Mas pronto, faça lá o seu número para os 65.000 papalvos que ainda acham que você canta e toca alguma coisa que preste. A mim já não me engana você! E à minha carteira muito menos!

Sempre solidário com quem sofre

Sou maluco por nomes esquisitos. Já aqui falei no Albano Jerónimo como um exemplo de um rapaz que ia longe no mundo da representação não fosse a traição no Cartão de Cidadão (ou de Cidadania? Esclareça-me, prima Catarina Martins!). Pois bem, hoje, ao assistir ao The Big Picture, constatei que há quem esteja ainda pior servido. Ora reparem nesta conversa do apresentador, o Pacheco, com a concorrente:
- Sara Soá... Um nome invulgar. Que origem tem?
- Italiana. E misturado com o nome alentejano torna-se ainda mais invulgar...
- Ah, sim? Qual é o seu nome completo?
- Sara... Rita... Pé-Curto... Soá.
Sara Rita já é coisa para uma pessoa soltar uma pinguinha nas cuecas de tanto rir, mas Pé-Curto Soá... Bem, mais vale um pé curto a soá do que um pé grande. O cheiro a chulé seria bem mais intenso de uma sapatola tamanho 46 do que será de um pé de princesa tamanho 37.
Fraquinha? Vamos tentar outra...
Mais vale um pé curto no soá do que um pé grande. Ocupa menos espaço...
Ok, amanhã tento novamente. A inspiração deve ter-me fugido para os pés. Pareço o Nilton!

Laika!

A linha entre a bebedeira cega e o coma alcoólico pode ser muito ténue. O que deve ser tido em conta para que a análise seja bem-sucedida? Sei lá! Se soubesse, era médico ou trabalhava numa clínica de afasta-vício-que-me-enrolam-a-língua!
Onde é que eu ia? Ah, sim. O que importa para a análise. Não sei, mas suspeito que isto é revelador de um estado quase comatoso: uma discoteca tão cheia de gente que só se pode dançar com os olhos, uma alma danada começa a furar por entre a turba e dirige-se ao DJ, estendendo o cartão de consumo:
- Olhe, desculpe, é um vodka puro, se faz favor.
Ou então, a mesma discoteca, a mesma enchente e a mesma alma danada em direcção ao barman:
- Ó DJ, põe aí o Avicii! Não sabes o que é música ou quê?
Se algum dia (ou noite) estiverem neste estado de atraso cognitivo-etílico, não hesitem em ligar para o INEM. Ou a pedir a alguém que vos faça esse favor, já que são bem capazes de confundir uma sandália com um telemóvel. Mas cuidado! Vejam bem a quem pedem. Normalmente, as pessoas não têm autoclismo nem servem para recepção de bebida em excesso rejeitada pelo estômago... Digo eu!

Vai lá buscar o presunto, pá!

Há questões da vida humana que me encanitam e para as quais dificilmente vou encontrar resposta até ao final dos meus dias. Estas são algumas delas: o Benfica é campeão, um gajo vai para o Marquês fazer a festa e, às páginas tantas, olha para o alto da estátua e vê uma alma danada no topo a vestir o "manto sagrado" ao gadelhudo. Isto acontece todos os anos!
Primeira questão: como é que aquele gajo trepou ali para cima sem que lhe esbarrasse um pé e ele batesse com os mata-ratos no chão?
Segunda questão: como é que aquele demónio vai descer dali sem esfarelar os cornos cá em baixo?
Terceira questão: quantos penalties tem de mandar uma pessoa abaixo para arranjar tomates para se armar em alpinista da grande urbe?
Quarta questão: que cenas anda aquele bicho a fumar para ver um presunto lá em cima? Sim, só pode ser essa a motivação para arriscar o cabedal daquela maneira!
Nunca vou conseguir encontrar explicação para estes dramas da vida de um campeão, mas que importa isso agora? Nada! Tenho os tímpanos a zunir por causa dos petardos e os pulmões cheios de fumo à conta das tochas, mas o que conta isso? Zerinho!? E o Benfica é campeão, e o Benfica é campeão, e o Benfica é campeããããoooo, ooooh, oooooooohhhhh!

Aí não, pá!

O meu cão é muito inteligente. Só lhe falta mesmo perceber que o meu braço não se chama Maggie e que nunca vai conseguir acasalar com ele.

A infância feliz e o presente sofisticado

Tenho muitas vezes saudades dos tempos de criança. Jogava à bola com os meus amigos e eles arrancavam-me os dentes durante a brincadeira, andava de bicicleta e fazia a depilação às pernas com alcatrão frio... Bons tempos!
Agora? Agora é tudo diferente. Vou ao dentista e faço a depilação a fita-cola. Sou um homem moderno, que Diabo!

Virei a ser famoso?

Por vezes, suspeito de sofrer de um atraso mental qualquer para o qual a medicina ainda não conseguiu arranjar um nome adequado. É uma espécie de paragem cerebral, vinda do nada e que só acontece quando estou a falar com alguém na sua presença. Estou a meio de um belo discurso e, de repente, falta-me a palavra que quero dizer. Por mais que me esforce, não chego lá a tempo de evitar que o meu interlocutor ache que fui violentamente agredido na cabeça com um taco de basebol há coisa de minutos. Passo a exemplificar.
Estou muito bem a dizer que em Fátima devem ter preços diferentes para a altura das grandes... qual é a palavra? Vocês sabem, não sabem? Pois, eu também sei, mas a desgraçada desapareceu-me do registo mental, como aqueles adolescentes rebeldes que fogem a meio da noite pela janela, à socapa, sem autorização dos pais. Os segundos passam e eu continuo a procurar aquela cabra em desespero, esquadrinhando as gavetas da minha desorientada cabeça. Nesta não estás, nesta também não, e nesta?, não, não!, mas onde é que tu estás, sua galdéria? As pessoas, vendo a minha atrapalhação, começam outro tópico, tentando contornar o embaraço da situação. Sem aviso, vomito a desaparecida:
- Peregrinações!
A- Ah... sim... pois...
O tom de "devias ter dito isso antes de eu pensar que és atrasado" fica implícito e eu coleciono mais um momento anedótico da minha vida de cromo. Sei que dificilmente alguém conseguirá resolver este problema durante o tempo em que por aqui ando, mas estou pronto a doar-me à ciência para ajudar pessoas que venham a padecer do mesmo mal no futuro. Uma só condição: a doença terá de ter o meu nome!

Isso é que era bagaço!

Os jogadores de futebol sempre gostaram de ser inovadores no que toca à imagem. Ele já foi fitas no cabelo, ele já foi ligaduras nos pulsos e nos tornozelos (só para o style e não por mazelas físicas), ele já foi penteados estapafúrdios de fazer inveja à Inês Castel-Branco e ele agora é uma bota de cada cor. Uma verde-alface e outra cor-de-laranja, uma azul-petróleo e outra cor-de-rosa, uma amarelo-tomate e outra vermelho-cueca...
Não sei qual pode ser a próxima tendência, mas tenho uma sugestão: ao nível da dentição, um branco e outro preto, tipo teclas de piano. E até é fácil de se fazer. Um bocadinho de graxa Búfalo e ficam prontos... para fazerem os adversários rebolar a rir. Pode, inclusivamente, tornar-se uma táctica de jogo bastante eficaz. Acabam-se aquelas conversas para o bochecho do bloco mais alto e mais baixo, das transições ofensivas rápidas e extremos bem abertos. A partir desse momento é só abrir a boca e mostrar o "pepsodent" zebrado!
Criativos, rapazes, sejam ainda mais criativos, visto que o patamar mais elevado da saloiice já atingiram!

Abafa-te, filho! Está calor!

Às vezes tenho dúvidas se os sintomas que sinto são fruto do meu estado gripal ou não passam simplesmente de mais uma prova irrefutável de que não bato bem da marmita. Sabem porquê? Porque estiveram 30 graus no dia de ontem, a receita vai repetir-se no dia de hoje e eu ando encasacado como se fosse partir para a Gronelândia já daqui a duas horas. Mais: a minha cama não está completa sem um cobertor normal, outro eléctrico e um edredon (edredon ou edredão?, camion ou camião, boion ou boião, bidon ou bidão?).
Eu sei que é grave, mas contenham-se. Eu vou para o Júlio de Matos pelo próprio pé... quando conseguir despir os casacos todos! Sim, vou todo nu. Assim garanto a melhor suite que lá têm!

Quem sabe, sabe e quem não sabe continua asno!

O "Diabo em figura de cão" é o primeiro animal de quatro patas que tenho (de duas patas já tive alguns, de sexo feminino e os quais nunca consegui passear pela trela) e, como tal, há sempre dúvidas quanto àquilo que devemos fazer para que tudo corra bem. O banho, por exemplo. Andei, por isso, numa intensa pesquisa sobre o assunto, mas não encontrei consenso no que toca à frequência com que se deve tirar o sarro ao bicho. Resolvi então pedir opinião ao veterinário numa das primeiras consultas do cãocrodilo. Quem melhor para nos informar em condições sobre tudo o que tenha a ver com animais do que um profissional com dezenas de anos de experiência?
- Ó doutor, e o banho? De quanto em quanto tempo devo dar-lhe banho?
O homem, do alto da sua imensa sabedoria, responde de pronto, tipo bala de canhão:
- Olha, quando te cheirar mal!
Fiquei a pensar naquilo. Ora aqui está um homem que quer que a teoria e o estudo vão bardamerda. Anos e anos de volta dos livros para saber todo e qualquer pormenor sobre o mais ínfimo pintelho dos cães para quê? O que conta é o instinto e o faro (não o dos cães, mas o nosso) para obter resultados satisfatórios.
Depois desta extraordinária ajuda, é evidente que descartei logo a hipótese de investir uns paus na compra de um manual sobre higiene canina. Adquiri antes um frasco de Vicks Vaporum, não fosse dar-se o caso de me constipar fortemente e perder a minha arma infalível na detecção de cães-texugo!

Traquistão

Notícias da mui nobre Cidade Inbicta do Puorto. O Papa de Contumil afirma: «nem sonho, nem ressono!»
A fazer fé em Carolina Salgado (eu tenho fé em putas! E depois? Cada um acredita no que quiser, olha a merda!), só se peida e bufa...