segunda-feira, 9 de maio de 2016

Virei a ser famoso?

Por vezes, suspeito de sofrer de um atraso mental qualquer para o qual a medicina ainda não conseguiu arranjar um nome adequado. É uma espécie de paragem cerebral, vinda do nada e que só acontece quando estou a falar com alguém na sua presença. Estou a meio de um belo discurso e, de repente, falta-me a palavra que quero dizer. Por mais que me esforce, não chego lá a tempo de evitar que o meu interlocutor ache que fui violentamente agredido na cabeça com um taco de basebol há coisa de minutos. Passo a exemplificar.
Estou muito bem a dizer que em Fátima devem ter preços diferentes para a altura das grandes... qual é a palavra? Vocês sabem, não sabem? Pois, eu também sei, mas a desgraçada desapareceu-me do registo mental, como aqueles adolescentes rebeldes que fogem a meio da noite pela janela, à socapa, sem autorização dos pais. Os segundos passam e eu continuo a procurar aquela cabra em desespero, esquadrinhando as gavetas da minha desorientada cabeça. Nesta não estás, nesta também não, e nesta?, não, não!, mas onde é que tu estás, sua galdéria? As pessoas, vendo a minha atrapalhação, começam outro tópico, tentando contornar o embaraço da situação. Sem aviso, vomito a desaparecida:
- Peregrinações!
A- Ah... sim... pois...
O tom de "devias ter dito isso antes de eu pensar que és atrasado" fica implícito e eu coleciono mais um momento anedótico da minha vida de cromo. Sei que dificilmente alguém conseguirá resolver este problema durante o tempo em que por aqui ando, mas estou pronto a doar-me à ciência para ajudar pessoas que venham a padecer do mesmo mal no futuro. Uma só condição: a doença terá de ter o meu nome!

8 comentários:

  1. Já experimentaste estalar os dedos, a ver se a palavra desaparecida volta às origens? É capaz de resultar. Ou talvez não...

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  2. Hum, acho que ainda seria pior. Imagina as pessoas à espera da palavra e de repente eu começo a tocar castanholas. «Olha, o gajo é atrasado e quer dançar flamenco!» Naa, não ia ser bom para a minha reputação, que já não anda propriamente nos píncaros...

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    1. Desculpem meter-me mas estou a imaginar-te a estalar os dedos enquanto as pessoas esperam que continues... eheheheheh. Experimenta e pede a alguém para filmar, de preferência ;)

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    2. Queres é bonecos! Pois estás tão lixada! Sabes porquê? Porque o primeiro a tentar filmar a cena leva logo com um estalido de dedos entre os olhos e a vista! :P

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  3. Tens que saltitar e dizer: "Eu vou lembrar-me, eu vou lembrar-me, juro..." ou então evocas o velho cliché: "está mesmo debaixo da língua!!!".

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    1. A segunda sugestão parece-me boa, até porque é a que as pessoas normais utilizam. Já a primeira... hum, cheira-me que ia acentuar a desconfiança em relação à minha saúde mental! :P

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  4. A convite da Chic'Ana entrei e, ainda não parei de rir!
    Parabéns pelo blog, está fantástico! :)

    Também padeço desse mal (bem, desse e de outros que li por aqui), por isso percebo-te perfeitamente... Momentos há em que me sinto uma completa freak.

    Bom fim-de-semana

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    1. Pois sê muito bem-vinda! =) Se padeces do mesmo mal, junta-te a mim e sempre podemos formar uma associação com fins lucrativos. Ah, pois, que isto aqui ninguém trabalha de borla =P Beijinhos e diverte-te ;)

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Se vêm para contestar, fiquem quietinhos e caladinhos. Isto não é minimamente democrático e quem manda aqui sou eu! Por isso, só são permitidos afagamentos de ego, mas com jeitinho! Demasiada fricção deixa-me o pelo eriçado, tipo gato assanhado. Não é bonito!