segunda-feira, 9 de abril de 2018

Dramas familiares antecipam grandes carreiras?

A minha sobrinha-pirralha (cada vez menos pirralha, mas ainda minha sobrinha) tem o terrível defeito de abarbatar tudo quanto é moeda que esteja no seu campo de visão. Mais: se não estiverem no seu campo de visão, ela faz com que estejam, já que vai em busca delas em carteiras, porta-moedas, mealheiros, açucareiros (que é?, nunca ouviram dizer que o dinheiro é doce?) e todo o objecto que possa servir para acumular o vil metal.
A última das vezes foi no dia de ontem, quando assaltou a carteira da irmã mais velha e sacou de lá uma moeda de 2€, escondendo-a depois sabe o Belzebu onde. Assim que se deu conta do crime, os inspectores da família (vulgo pais) iniciaram o interrogatório à suspeita. Obtendo apenas silêncio como resposta, depressa assumiram o papel de juízes e decretaram a prisão preventiva da criança, comutando a pena para uma tarde de castigo no quarto que seria suspensa assim que a pequena delinquente confessasse o delito de gamanço à escala nano. Medida que resulta com todas as pestes de palmo e meio, certo? Certo. Só que esta é uma peste ainda mais retorcida e preferiu cumprir a pena a confessar o crime e a ter de devolver o produto do roubo.
Não sei se me assuste ou se me declare feliz com os talentos para palmar, esconder e resistir à confissão do roubo que a pirralha evidencia. É que se há quem veja nela uma meliante ranhosa em potência, eu auguro-lhe voos mais altos. Com estas qualidades a virem à tona em tão tenra idade, porque não olhar para ela como uma primeira-ministra de um governo do Partido Socialista ou a detentora de um império do tamanho do GES quando atingir a idade adulta?