quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Espaço de serviço público

Temos novidades no lado direito do vosso ecrã. Se ainda não viram, sofrem de uma de duas patologias: miopia ou dislexia. Com um bocadinho de sorte, acumulam as duas e fazem as delícias de um psicólogo-optometrista. Não existe? Pois não, que ideia! Há lá agora gente a tirar duas licenciaturas tão distintas...
A pedido de duas famílias (uma delas é a minha, a outra inclui três elementos viciados em heroína) e sete símios, já existe e-mail, pois então. Foi criado com vários objectivos, excluindo aquele que é apresentado no texto. É que não quero mesmo que me chateiem com parvoíces. Isto não é a rubrica televisiva daquela cartomante que diz às senhoras para continuarem a levar na tromba sem ripostar. Também não é o balcão de atendimento da repartição das Finanças e também não troco artigos da Mango que compraram nos saldos porque estavam muito magrinhas e que agora querem devolver porque o tempo de praia já se está a ir e vocês lembraram-se de comer as feijoadas todas numa tarde que rejeitaram durante seis meses. Tivessem juízo e dirijam-se à loja, olha!
Mas como eu ia dizendo, os objectivos desta tomada de decisão são vários: é por aqui que devem comunicar a atribuição do Nobel da Literatura deste ano e é também por esta via que devem pedir-me a morada da minha residência para enviarem o perú pelo Natal. Não é para mim, pá! Eu sou vegetariano, mas o meu cão também precisa de comer. Insinuar alguma seriedade e organização também é uma prioridade, naquilo que mais quero aproximar-me do Pedro Guerra. Não pode ser demasiado próximo, pois temo tornar-me dependente de aparelho auditivo ou morrer esmagado no caso de ele tropeçar na barriga do Manuel Serrão (sim, ela chega até ao nível do solo) e cair em cima deste vosso amigo, que é um verdadeiro "pau-de-virar-tripas".
Pronto, era só isto. Adeus e até dia 20 de Dezembro. Quatro dias de antecedência devem chegar para botarem cá o "pirum" para a consoada do Óscar!

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Santos do coaching fazem milagres inigualáveis!

Éder, o mais recente herói nacional, lançou um livro. O título é "Vai Correr Tudo Bem" e dele é co-autora a sua mental coach, Susana Torres. Em declarações aos órgãos de comunicação social a propósito desta edição, o internacional português reafirmou a ideia de que Susana foi absolutamente decisiva na mudança que se operou na sua autoconfiança, cuja consequência mais impactante foi o golo marcado na final do Campeonato da Europa e que catapultou a selecção nacional para a conquista da competição.
A Igreja Católica portuguesa, sempre atenta a fenómenos que nem Marques Mendes consegue explicar, já começou a desenvolver as démarches necessárias para que o processo de canonização da senhora tenha início. Apesar da beatificação de santos só se poder verificar post mortem, o Vaticano está a ponderar seriamente abrir uma excepção neste caso em particular. É que transformar um pino num jogador capaz de decidir a final de um Europeu não é um milagre qualquer.

domingo, 28 de agosto de 2016

Considerações sobre mecânica

Está visto que a vinda do FC Porto à capital tinha tudo para correr mal. Ontem, durante a viagem para Lisboa, a equipa foi obrigada a trocar de autocarro porque aquele que a transportava ficou com um pneu rebentado em plena A1.
Se o pneumático tivesse apenas ficado furado, a resolução do problema tinha sido rápida e menos complexa. A coisa ficava feita com um remendo e a Fernanda a fazer uso dos seus dotes de "mecânica": "levantar o macaco" e "dar à bomba".

sábado, 27 de agosto de 2016

Façam alguma coisa, pelo amor de Deus!

Um tribunal francês suspendeu a proibição do uso do burkini nas estâncias balneares da Côte d'Azur, que havia sido decretada por trinta comunas. Não são comunas da foice e do martelo, pá! Para proibir seja o que for basta só um... principalmente se responder pelo apelido Estaline.
Eu concordo com a decisão do tribunal. A proibir, que seja a exposição de tecido a menos e nunca o inverso. É que, digamos com justiça, há verdadeiros atentados a acontecer neste preciso momento por esses areais fora por uso indevido de bikinis e trikinis e ninguém faz nada. Anda para aí muito boa rapariga com panças tão grandes que põem o Fernando Mendes a ponderar seriamente a alteração da sua alcunha de "Gordo" para "Cheiinho", com nalgas do tamanho de camiões-cisterna e com mamas que podem tornar-se assassinas se um veraneante incauto embater inadvertidamente numa delas. Tudo ali à mostra e a baloiçar, qual sino de torre de igreja a anunciar a missa. Isso sim, é perigoso e capaz de pôr em risco a segurança da população.
Por estas razões de superior importância, exorto não só as autoridades francesas, mas principalmente as portuguesas a fiscalizarem com minúcia as suas praias e a ordenarem imediatamente o uso de roupa adequada às "donzelas" encontradas com excesso de chicha. Os fiscais devem apresentar-se munidos de fita métrica, balança e calculadora, utensílios essenciais para o cálculo do Índice de Massa Corporal naqueles casos em que persiste a dúvida na atribuição do título de lontra. IMC acima dos 27? Psht, toca a tapar, menina!
Isto sim, são medidas que preservam o bem-estar dos cidadãos, tantas vezes massacrados durante os tempos de veraneio!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Red-passei-me!

Uma pessoa acha-se importante (assim ao nível de um D. Duarte Pio em tempo de vigência da república, vá) quando recebe um envelope remetido pelo Sport Lisboa e Benfica e que no seu interior contém um panfleto publicitário do "Red Pass" com a seguinte inscrição:
«Para nós, o Lápis Roído (myself) é inegociável!»
Bom, à data da recepção da missiva já eu tinha adquirido o meu lugar para toda a época futebolística na Luz, mas, ao ler aquilo, tive ganas não só de voltar a comprar o lugar que já é meu como também todos os restantes daquela fila, bem como um urinol só para mim numa das casas-de-banho do estádio, um parafuso do joelho do Mantorras e um cabelo do Luisão. Quê?! O Luisão é careca? Pois ainda mais valor tem um fio de cabelo dele!
Esta malta do departamento de marketing do "Glorioso" sabe mesmo como fazê-las, que caraças! Ah, Deus é sábio quando me mantém como um rapaz teso como um carapau. Com dinheiro em abundância, tornava-me um desgraçado nas mãos desta gente!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Sabotadores na própria família

Ivanka Trump, a filha do anorm... uh... do candidato republicano à Casa Branca Donald Trump, andava a passear pela Internet, no seu merecido período de descanso na apanha do tomate, e achou que era a altura certa para investir as parcas economias que tem amealhado ao longo de toda a vida. Quis mimar-se, coitadinha. Os pobrezinhos também são gente, não é verdade? Foi até ao site da Lady Grey, uma conhecida joalharia nova-iorquina, e comprou umas coisitas com as quais há muito sonhava. Umas baratezas que não devem ter custado mais que uns 300 dólares ou assim. Era o que havia no seu porquinho-mealheiro, depois do árduo trabalho a que tem sido submetida durante os 34 anos da sua vida.
A Ivanka, que todos conhecemos como uma desgraçada que só teve infortúnios no caminho, esperou ansiosamente pela encomenda. Afinal de contas, foram longos anos que passou a imaginar a concretização deste sonho antigo. Para conseguir evitar que os nervos se apoderassem dela durante a espera, decidiu continuar a trabalhar afincadamente. Passou três intermináveis dias a jogar à batalha naval online e a fazer Sudokus do New York Times. Quando a encomenda finalmente chegou, a jovem não cabia em si de contente. Deu dois beijos ao senhor que lhe entregou a caixa, pedindo desculpa por não lhe ter sobrado nada para a gorjeta. Mal contendo a excitação, arrancou a fita-cola num ápice, vencendo o derradeiro obstáculo que a mantinha afastada do seu novo tesouro. Ah, que lindas que eram as suas meninas! Que bem lhe ficavam! Mas... não vinham sozinhas. A acompanhá-las estava um cartão onde se encontrava um educado agradecimento pela compra feita por Ivanka. No mesmo cartão, podia ler-se ainda que as receitas daquela encomenda iam direitinhas para o Conselho Americano para a Imigração, para uma organização anti-armas e para a campanha de Hillary Clinton.
É possível que nos próximos dias sejam confrontados com a imagem televisiva de algo que se assemelha a um melão rachado a escorrer sumo. Não se admirem se essa mesma espécie de melão em estado de putrefação disser umas baboseiras em inglês. É só o nosso Donald a espumar pela boca depois da rasteira familiar.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Alegadamente furioso!

A embaixada iraquiana em Lisboa pronunciou-se oficialmente sobre o caso dos filhos do embaixador no nosso país, alegando que o espancamento do miúdo de Ponte de Sor ocorreu num contexto de legítima defesa.
Amigos aí dessa banda, folgamos muito em saber que vocês aprendem depressa. Nem que seja com maus exemplos. É que, como se recordam todos os dias desde o ocorrido, o Bush invadiu o vosso molho de brócolos a que se referem como país alegando que aí existiam armas de destruição maciça. Logo, em legítima defesa, não?
Podemos ir de alegação em alegação e chegar à conclusão que vocês só funcionam bem com meninos alegadamente bondosos como o Saddam. Alegamos ainda que toda e qualquer bomba que vos caia em cheio nos cornos é uma alegada bênção dos céus. Não queremos que nada de mal vos aconteça, apenas alegamos essa possibilidade.
Carinhosos cumprimentos! Ou, alegadamente, um balde de merda para cada um de vós!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Antagonistas improváveis

Ainda sobre os Jogos Olímpicos, a participação portuguesa resumiu-se a uma medalhita de bronze e foi preciso andar à porrada (puxa-lhe as gadelhas, Telma!) para a conquistar.
Para além de termos tido uma prestação abaixo do que era expectável, ainda vimos fugir aquele país com o qual temos rivalizado nas últimas edições das Olimpíadas. Realmente, o... o... o... ah, caraças! Deu-me uma branca! Ajudem-me, se fazem favor. É aquele país pequenito! Ah, que raiva! Como é que ele se chama? Maldito sejas, Memofante! É aquele que já ganhou 28 medalhas enquanto nós ainda só temos 23... O... o... já sei, já sei! O Michael Phelps!

sábado, 20 de agosto de 2016

Devemos fazer o que a nossa vocação nos manda

O atletismo é a modalidade-rainha nos Jogos Olímpicos. Dêem as voltas que derem, vão à Lua e voltem, virem o mundo de pernas para o ar, mas o atletismo é aquela coisa que capta a atenção das pessoas acima de qualquer outro desporto nas Olimpíadas e não há discussão quanto a isso. Tanto assim é que dou por mim a dar mais atenção ao Usain Bolt a correr desvairado pela pista fora do que à Érica Fontes a fazer contorcionismo da cintura para baixo lá naqueles filmes culturalmente riquíssimos em que participa.
Mas o meu foco não se limita à corrida. Também os concursos de lançamentos conseguem granjear o meu interesse. Para lá da técnica, da força e do equilíbrio de cada atleta, há um pormenor ao qual dou muita importância: o grito. Ouço-os a gritar como se fossem porcos a grunhir durante um orgasmo e não consigo deixar de pensar que aquilo serve para impulsionar um pouco mais o objecto arremessado, seja ele o disco, o dardo, o martelo ou o peso. Só assim se explica tamanho espectáculo vocal, capaz de provocar a surdez a quem esteja demasiado próximo na altura do lançamento.
Espanta-me por isso, que Portugal não seja uma potência nestas disciplinas. Com meninos como Eduardo Barroso, Marinho Pinto e Valentim Loureiro a colocarem os decibéis a níveis nunca antes atingidos, é um desperdício não os pôr a lançar coisas pelo ar. Tantos records mundiais que se estão a perder, senhores!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Não posso com injustiças!

Isto está tudo voltado de pernas a pino. Já nem as silly-seasons são o que eram. Os bocejos ininterruptos que nos eram provocados pelas notícias choninhas foram substituídos por insultos e impropérios cuspidos na direcção do televisor após o contacto com notícias daquelas mesmo a sério. E aqueles jornalistas que escolheram ficar a trabalhar neste período porque achavam que era mais propício à coçadela da tomatada ou da pintura de unhas com verniz azul dos chineses em plena redacção? Fuckeram-se tão bem!
A intenção do Governo de introduzir a exposição solar e a qualidade da vista como factores diferenciadores no cálculo do IMI veio agitar as águas dos primeiros dias de Agosto. A indignação tomou conta dos que possuem, por exemplo, habitações na orla costeira, que saem penalizados na nova fórmula.
Contudo, os órgãos de comunicação social esqueceram-se de colocar o foco também naqueles cidadãos que possuem casas com buracos no telhado. Se bem entendo, o Sol agrava o imposto daqueles que estão mais expostos a ele. Calculo que isso inclua um gajo que esteja estiraçado no colchão a levar em cheio com os raios ultravioleta porque partiu uma telha quando andava a apanha musgo para o presépio de Natal de 1987. Ora o homem não teve dinheiro para consertar o estrago desde essa altura e agora ainda come com um aumento de impostos no lombo? Isto cabe na cabeça de alguém??
Outro que se danou com a situação foi Stevie Wonder. As minhas fontes (não posso revelar, não posso revelar! Não é assim que dizem os coscuvilheiros que se acham comentadores televisivos?) fizeram chegar até mim uma informação bombástica: o cantor estava prestes a adquirir uma bruta mansão em Vilamoura. Quinze quartos, igual número de retretes, duas piscinas e um comedouro para gaivotas. O que é que sucedeu quando teve conhecimento das pretensões do Governo? Foi-se aos arames, pois então! Em circulo fechado, Stevie afirmou: »I just caaaaalled to saaayyy I love yooou!» Hã? Pois, não disse nada disso. Era só para ver se estavam atentos. O que ele disse, podem confiar, foi: «Epá, eu boa vista tanto tenho para o mar como para um tapume das obras! Como é que é? Também querem assaltar-me? Desfaço já o negócio!»
Ai, ai... Não temos emenda. Somos injustos com os desfavorecidos e chateamos as estrelas internacionais. Depois queremos que o país ande para a frente! Pfff!

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Oinc, oinc! Eles "andem" aí!

As notícias bizarras relacionadas com a caça de gambuzi... queiram desculpar!, com o Pokémon Go não param de surgir, num rol de cenas esquisitas capaz de fazer o Tim Burton pensar na reforma. Agora foi um grupo de adolescentes que deu com um casal a... digamos... uh... olha, a fazer aquilo que até os bichinhos gostam. Até aqui tudo normal, já que passar por esta vida sem assistir a uma cena destas é como ir à Cova da Moura e não ver indivíduos de raça africana. Acontece que este casal encontrado em plena fornicação tinham uma particularidade: máscaras de porco a cobrir a focinheira durante o acto.
Não possuo contactos privilegiados na Nintendo, mas penso que o jogo termina assim. Encontrar um Pigachu é uma coisa dificílima, mas encontrar dois, registando-se ainda o facto de estarem um em cima do outro, roça a impossibilidade matemática. Parabéns, rapazinhos! Vocês conseguiram dar com o Santo Graal da taradice quando pensavam estar a fazer uma coisa inocente. Sois grandes!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Rentrée blogueira

Então, cambadinha? Já viram quem voltou? Sim, sou eu mesmo! O que é que acham deste bronze à António Costa? Muito in, não é? E vocês? Como é que se portaram na minha ausência? Destruíram essas silhuetas perfeitas (que tanto trabalho e suor vos custaram durante meses, convém relembrar) a tiros de bolas de Berlim à queima-roupa? Lavaram-se bem atrás das orelhas e na zona dos tornozelos? Costumam acumular bastante sarro, se ainda não repararam... E esses peitos? Apresentaram-se bem depilados? É claro que estou a falar convosco, meninas! Com quem haveria de ser? E esses escaldões? Hã? A apanharem-nos, espero que tenham tido o cuidado de colocar uma estrela-do-mar em cima do bandulho enquanto fritavam ao natural. Dá-vos um look de veraneante original e o "polícia da moda" vai adorar. Especialmente se forem gajos... Ele vai querer ter uma conversa muito prolongada convosco, rapazes!
Bom, agora que já fiz a minha festa do Pontal (mas em bom, claro), vamos ao que interessa. Algarve é sinónimo de quê nesta altura do ano? Glamour. Sofisticação. Espaços faustosamente decorados. Gastronomia elaborada. Certo? Seria, não fosse dar-se o caso de estarem na presença virtual de um indivíduo que gosta de contrariar a tendência natural das cenas.
Arranco da minha baiuca bem cedinho para poder almoçar já perto do local onde passei férias. Querem saber onde foi? Ok, eu digo. Foi entre Sagres e Vila Real de Santo António. Desconheciam esta minha exactidão GPS, não é? Bem, prossigamos! Uma vez lá chegado, foi preciso procurar um restaurante onde se pudesse fazer uma refeição em paz e com tranquilidade, que é coisa fácil de se encontrar nesta altura em terras algarvias. Isso e dodós. Também existem muitos de Paderne para baixo, ficam a saber. Acossados pela larica, decidimos (após um debate familiar que durou uns longuíssimos 15 segundos) entrar num estabelecimento à beira da estrada. Se tiver como referência um matadouro e o Passeio Marítimo de Algés em noite de NOS Alive, então posso referir-me àquele espaço como agradável e quase desértico. Se a isto acrescentarmos o facto de estarem certamente mais de 50 graus no seu interior, conseguem visualizar a imagem da perfeição de imediato, não conseguem?
Depois de nos sentarmos confortavelmente em cadeiras de madeira duras como os cornos, o empregado trouxe-nos o menu. Numa leitura apressada do dito, rapidamente constatamos que as iguarias eram de difícil confecção e destinadas somente a pessoas habituadas a degustarem o que de melhor existe na gastronomia portuguesa: entremeadas, febras, bifes, carapaus, sardinhas, bacalhau. Tudo assado, pois claro. Acabamos por optar por um outro prato constante da extensíssima lista que nos foi fornecida: poulet rôti. Não sabem o que é? Não espanta. Não pertencem à grand finesse, eu já sabia! Procurem no Google, que foi coisa que eu não fiz.
Terminada que estava a refeição principal, pedimos ao empregado de mesa que nos indicasse as sobremesas. Num tom tão bem-disposto que me fez lembrar a figura prazenteira de Marinho Pinto, o homem respondeu:
- Melão.
Como nos tínhamos habituado mal à variedade de opções no prato principal, resolvemos insistir:
- Ah... E mais?
- Mais nada. Só temos melão.
Ainda suspeitei que nos achasse com cara de sportinguistas e tudo não passasse de uma provocação futebolística, mas um rápido olhar pelas mesas circundantes deitou por terra essa ideia. Só havia melão mesmo. Rejeitámos a sugestão e pedimos a conta.
E foi nessa altura que se registou nova surpresa. Dois frangos e meio, 51 euros. Tão barato? Epá, se soubesse antecipadamente, tinha mandado vir uns vinte. Estes preços baixíssimos têm de ser bem aproveitados, que diabo. Para além disso, não teríamos de voltar a preocupar-nos com almoços e jantares durante o período de férias. Mais: com tanto frango no bucho, rapidamente nos nasceriam bicos entre o lábio superior e a penca. Muito útil para abrir latas de melão em calda.
Ah, não há nada como sentir que se passou por uma experiência enriquecedora... ou "enriquecedeira" dos bolsos de um algarvio!