sábado, 27 de abril de 2019

Não têm vergonha de cantar coisas destas?

Das comemorações do 45.º aniversário do 25 de Abril sobrou uma polémica que envolve o Bloco de Esquerda e duas das suas figuras mais conhecidas. Descendo alegremente a Avenida da Liberdade, as manas Mortágua, rodeadas por um grupo jeitosito de camaradas bloquistas, entoavam um cântico que deixou muita gente chocada.
Mariana, de megafone em punho, dava o mote para os que caminhavam ao seu lado: «Ó meu rico Santo António, ó meu santo popular, manda lá o Bolsonaro, manda lá o Bolsonaro para o pé do salazar»!
Estou ao lado dos que se indignaram, sim senhor! É um ultraje! Uma infâmia! Um comportamento absolutamente inaceitável e que merece todo o meu repúdio!
Então vamos mandar o Bolsonaro, um fascista, para o pé de outro? Por que carga de água? Então mas isto faz-se? Claro que não! Meninas, o tio Lápis explica: a mandar o Bolsonaro para a "terra dos pés juntos", que seja para perto de alguém que o ponha na linha e não para perto de alguém com quem ele possa jogar à bisca lambida enquanto insultam esquerdalhos, afro-descemdentes e homossexuais.
Se querem que o cântico continue a rimar, façam o favor de trocar o "Tonho das Botas" Salazar pelo Simon Bolivar. Esse sim, fazia do neo-facho uma alminha atinada.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Pornomarcelismo

Marcelo Rebelo de Sousa, figura que pouco estimo e guardo no baço - havia de ser no coração, querem ver... -, continua em modo Anita (ou Martine, segundo a actualização que me foi fornecida pelo Registo Civil das Personagens de Histórias Infantis).
Desta feita, o Presidente da República é protagonista na China, onde se encontra em visita oficial e teve a oportunidade de constatar in loco (no caso de Marcelo, in maluco) a magnificência da Grande Muralha.
Acompanhado por um grupo de jornalistas, Marcelo foi instado a pronunciar-se sobre aquele momento marcante. Não se fazendo rogado, o actual inquilino (mas pouco) do Palácio de Belém fez uma declaração que só encontra par nas celebérrimas palavras de Neil Armstrong na primeira alunagem.
Disse Marcelo, e passo a citar: «Se me pergunta se algum dia me imaginava a vir-me aqui, digo-lhe que não».
É claro que ninguém o imaginava a atingir o clímax nesse lugar, senhor Presidente. Bem sabemos que só vai aos píncaros do prazer ao embrulhar-se com parcerias público-privadas na área da saúde. Não o tomamos por um reles fetichista de colossais construções de pedra.