Jorge Nuno Pinto da Costa, mais conhecido como "D. Juan de Contumil", tem nova namorada. Ah, sim?, perguntam vocês. E novidades? A grande nuance é que esta, de seu nome Sílvia Costa, não é assim tão jovem como a anterior. A empresária de estabelecimentos de diversão nocturna (um aspecto em comum às mulheres que arrebatam o coração do presidente do FC Porto) tem 43 anos, o que a aproxima etariamente de Pinto da costa (78 anos).
Estou em crer que, a manter-se a tendência de subida na idade das suas mais-que-tudo de cada vez que regista uma nova conquista amorosa, Pinto da Costa só precisará de mais três namoradas para deixar José Castelo Branco com um par de apêndices frontais. E não estou a falar de seios robustos...
Nota: Este texto foi escrito originalmente a 23 de Outubro. Por existir um espaço temporal relevante para a matéria em questão, salvaguarda-se a possibilidade do conteúdo do mesmo poder encontrar-se já desactualizado, visto que a vida amorosa de Pinto da Costa é tão animada como uma manhã na Feira de Espinho.
Cavalos aos tiros, homens aos coices, anões pernaltas e gigantes atarracados. Sem filtro, sem juízo, muita parvoíce e pouca graça. Aqui ninguém vem ao engano!
domingo, 30 de outubro de 2016
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Quem sabe se não...
O ping pong show é um espectáculo que muito me fascina. Não, não tem a ver com o facto de me pôr a contactar visualmente com pipis. Eu não nasci de cesariana, minhas capivaras do Sado. O que me maravilha mesmo é a facilidade com que aparecem objectos numa parte do corpo que geralmente é usada para fazê-los desaparecer.
Tenho ainda a secreta esperança que muitos dos grandes mistérios da actualidade possam ser resolvidos numa dessas apresentações, como o desaparecimento de Maddie McCann. Quem sabe se, assim num dia de inspiração extasiada de uma dessas dançarinas, não descobrimos também o paradeiro de Pedro Dias.
Tenho ainda a secreta esperança que muitos dos grandes mistérios da actualidade possam ser resolvidos numa dessas apresentações, como o desaparecimento de Maddie McCann. Quem sabe se, assim num dia de inspiração extasiada de uma dessas dançarinas, não descobrimos também o paradeiro de Pedro Dias.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Não queremos misturas e temos mais que fazer!
O Bloco de Esquerda rejeitou integrar a comitiva portuguesa que visita oficialmente Cuba, chefiada por Marcelo Rebelo de Sousa e da qual fazem parte os representantes dos partidos com assento parlamentar. Para além da já referida ausência dos bloquistas, também o PAN não estará presente no país caribenho, uma vez que André Silva terá de continuar a exercer as suas funções enquanto único deputado do partido animalista na Assembleia da República.
Apesar de não haver uma justificação oficial por parte dos bloquistas, crê-se que a razão da recusa dos responsáveis do partido liderado por Catarina Martins esteja directamente relacionada com a sua vontade expressa de não ter ligação com países regidos por ditaduras, onde os direitos humanos sejam constantemente desrespeitados e onde a liberdade de expressão não exista.
Todavia, eu possuo informações diferentes destas e que se revestem de fidedignidade. Ou quase, vá. O BE não envia nenhum dos elementos do seu grupo parlamentar na comitiva diplomática porque não quer submeter ninguém ao suplício de viajar com Hélder Amaral (representante do CDS-PP), que cheira mal dos sovacos, e Luís Montenegro (representante do PSD), que ressona muito alto e dá patadas até a dormir. A juntar a isto, as últimas quartas e quintas-feiras de cada mês estão reservadas para limpezas na sede, na Rua da Palma, sendo os deputados mobilizados para a faxina. É que ter lá dezenas de okupas e rastafarians a viverem em permanência requer medidas adicionais para manter a higiene num nível aceitável. Quarta-feira é para lavar o chão onde dormem os jovens e quinta-feira é para desinfestar todo o espaço. Piolhos não são bichos com os quais se deva brincar.
Já António Filipe (representante do PCP e o deputado mais parecido com o padre Borga), já fez saber que está disponível para servir de cicerone numa visita guiada por Havana aos restantes elementos do grupo, visto que conhece o mais recôndito canto da capital cubana de cor e salteado. Está igualmente empenhado em fazer as apresentações pessoais entre os portugueses e os seus anfitriões ilhéus, já que conhece tão bem Raul Castro como a mais curta linha dos inflamados discursos do saudoso Lenine.
Será uma visita muito proveitosa para os nossos rapazes, que levarão caixas de pastéis de nata para encher a pança de Fidel (que comemora 90 anos) e receberão em troca charutos e posters de Che Guevara. Marcelo, Hélder e luís terão o cuidado de colocar estrategicamente a fotografia ampliada do antigo guerrilheiro nas portas das casas-de-banho das suas respectivas habitações. Servir-lhes-á de inspiração quando estiverem com prisão de ventre.
Apesar de não haver uma justificação oficial por parte dos bloquistas, crê-se que a razão da recusa dos responsáveis do partido liderado por Catarina Martins esteja directamente relacionada com a sua vontade expressa de não ter ligação com países regidos por ditaduras, onde os direitos humanos sejam constantemente desrespeitados e onde a liberdade de expressão não exista.
Todavia, eu possuo informações diferentes destas e que se revestem de fidedignidade. Ou quase, vá. O BE não envia nenhum dos elementos do seu grupo parlamentar na comitiva diplomática porque não quer submeter ninguém ao suplício de viajar com Hélder Amaral (representante do CDS-PP), que cheira mal dos sovacos, e Luís Montenegro (representante do PSD), que ressona muito alto e dá patadas até a dormir. A juntar a isto, as últimas quartas e quintas-feiras de cada mês estão reservadas para limpezas na sede, na Rua da Palma, sendo os deputados mobilizados para a faxina. É que ter lá dezenas de okupas e rastafarians a viverem em permanência requer medidas adicionais para manter a higiene num nível aceitável. Quarta-feira é para lavar o chão onde dormem os jovens e quinta-feira é para desinfestar todo o espaço. Piolhos não são bichos com os quais se deva brincar.
Já António Filipe (representante do PCP e o deputado mais parecido com o padre Borga), já fez saber que está disponível para servir de cicerone numa visita guiada por Havana aos restantes elementos do grupo, visto que conhece o mais recôndito canto da capital cubana de cor e salteado. Está igualmente empenhado em fazer as apresentações pessoais entre os portugueses e os seus anfitriões ilhéus, já que conhece tão bem Raul Castro como a mais curta linha dos inflamados discursos do saudoso Lenine.
Será uma visita muito proveitosa para os nossos rapazes, que levarão caixas de pastéis de nata para encher a pança de Fidel (que comemora 90 anos) e receberão em troca charutos e posters de Che Guevara. Marcelo, Hélder e luís terão o cuidado de colocar estrategicamente a fotografia ampliada do antigo guerrilheiro nas portas das casas-de-banho das suas respectivas habitações. Servir-lhes-á de inspiração quando estiverem com prisão de ventre.
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Magos da literatura na sociedade unipessoal
Podem até dizer que sou preconceituoso nesta matéria e eu, num dia de boa disposição e alcoolicamente bem preenchido, até posso concordar com vocês, mas a verdade é que raramente me engano quando acho que vou descobrir pérolas comunicacionais numa oferta de emprego apresentada por uma empresa chamada "Primeiro Nome Segundo Nome Apelido - Soc. Unipessoal". O meu faro canino para dar de trombas com estas maravilhas é tão bom, mas tão bom que só fico a lamentar que não seja de igual qualidade no que diz respeito à prospecção de petróleo... e às gajas... e à qualidade dos jaquinzinhos... e a uma data de outras merdas que, no fundo, fazem de mim um zé-parvo de primeira! Tivesse eu habilidade também para essas matérias e haviam de ver! Não havia Rhondas Byernes que me segredassem soluções milagrosas para desgraças pessoais!
Bom, prossigamos. Prossigamos que são horas de almoço e os jaquinzinhos moídos estão à minha espera. O bom do anúncio do nosso amigo e da sua sociedade unipessoal, oferecendo um lugar no departamento de Relações Públicas, apresenta, às páginas tantas, a seguinte exigência: Pretende-se candidato com apresentação cuidada, licenciada...
E aqui parei de ler, cerrei o punho e disse para mim mesmo: tu és tão bom nisto, Lápis Roído! Então não se estava mesmo a ver que ia haver espalhanço num flick-flack encarpado à rectaguarda? Cá está! Um empresário à procura de um colaborador que tenha uma apresentação licenciada. Tenho perguntas para si, senhor Primeiro Nome Segundo Nome Apelido da Sociedade Unipessoal, como é que o senhor sabe se a apresentação dos candidatos é ou não licenciada? Vai pedir o certificado de habilitações da apresentação? Vai perguntar na entrevista à apresentação se gostou da licenciatura que frequentou e se gostou do tempo em que esteve na universidade, só naquela de quebrar o gelo? E como irá o senhor testar as competências adquiridas na licenciatura pela apresentação? Ai, senhor, esclareça-me rapidamente! Os meus testículos estão, neste momento, revoltos de tanto ansiarem pelos seus esclarecimentos.
Mas olhe, enquanto espero e não espero, vendo-lhe um conselho assim para o baratucho: em vez de recomendar apresentação licenciada, assim à laia de empresário de palito ao canto da boca, experimente frequentar uma licenciatura em apresentação daquilo que escreve. Mas olhe outra vez, mais uma recomendação: não faça como o Relvas. Tal como apresentar a experiência como presidente do Rancho Folclórico de Pombal não serve para conversão em créditos académicos, a experiência como empresário de sociedade unipessoal (cujo nome fica a dever uma fortuna à criatividade e cuja elaboração de textos para inserir em ofertas de emprego deve o cérebro ao estudo científico) também não lhe vai servir de grande coisa.
Bom, prossigamos. Prossigamos que são horas de almoço e os jaquinzinhos moídos estão à minha espera. O bom do anúncio do nosso amigo e da sua sociedade unipessoal, oferecendo um lugar no departamento de Relações Públicas, apresenta, às páginas tantas, a seguinte exigência: Pretende-se candidato com apresentação cuidada, licenciada...
E aqui parei de ler, cerrei o punho e disse para mim mesmo: tu és tão bom nisto, Lápis Roído! Então não se estava mesmo a ver que ia haver espalhanço num flick-flack encarpado à rectaguarda? Cá está! Um empresário à procura de um colaborador que tenha uma apresentação licenciada. Tenho perguntas para si, senhor Primeiro Nome Segundo Nome Apelido da Sociedade Unipessoal, como é que o senhor sabe se a apresentação dos candidatos é ou não licenciada? Vai pedir o certificado de habilitações da apresentação? Vai perguntar na entrevista à apresentação se gostou da licenciatura que frequentou e se gostou do tempo em que esteve na universidade, só naquela de quebrar o gelo? E como irá o senhor testar as competências adquiridas na licenciatura pela apresentação? Ai, senhor, esclareça-me rapidamente! Os meus testículos estão, neste momento, revoltos de tanto ansiarem pelos seus esclarecimentos.
Mas olhe, enquanto espero e não espero, vendo-lhe um conselho assim para o baratucho: em vez de recomendar apresentação licenciada, assim à laia de empresário de palito ao canto da boca, experimente frequentar uma licenciatura em apresentação daquilo que escreve. Mas olhe outra vez, mais uma recomendação: não faça como o Relvas. Tal como apresentar a experiência como presidente do Rancho Folclórico de Pombal não serve para conversão em créditos académicos, a experiência como empresário de sociedade unipessoal (cujo nome fica a dever uma fortuna à criatividade e cuja elaboração de textos para inserir em ofertas de emprego deve o cérebro ao estudo científico) também não lhe vai servir de grande coisa.
sábado, 22 de outubro de 2016
E novidades?
A McDonald's vai abrir mais um dos seus restaurantes. Isto, por si só, não será grande novidade, visto que o gigante do fast-food abre mais restaurantes num ano do que o Tony Carreira abre a boca para cantar alguma coisa de jeito durante todo o seu percurso na música. Porém, a inauguração deste novo espaço em particular ganha contornos mediáticos relevantes a partir do momento em que se sabe que será no Vaticano.
Como não poderia deixar de ser, esta notícia veio causar grande celeuma entre os católicos e a onda de contestação só encontra semelhante na Nazaré. O McNamara é que não está para a surfar, já o afirmou. Diz que o risco de ficar pendurado na cúpula da Basílica de São Pedro é grande e os ossos dele já não são o que eram.
Eu, para variar, não percebo o porquê de tanto aborrecimento por causa disto. É por pôrem os padres a comer carne moída? Ó senhores, isso já eles fazem há muito tempo! Afinal de contas, o que são as freiras sexagenárias?
Como não poderia deixar de ser, esta notícia veio causar grande celeuma entre os católicos e a onda de contestação só encontra semelhante na Nazaré. O McNamara é que não está para a surfar, já o afirmou. Diz que o risco de ficar pendurado na cúpula da Basílica de São Pedro é grande e os ossos dele já não são o que eram.
Eu, para variar, não percebo o porquê de tanto aborrecimento por causa disto. É por pôrem os padres a comer carne moída? Ó senhores, isso já eles fazem há muito tempo! Afinal de contas, o que são as freiras sexagenárias?
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
"Estorce" Toni! "Estorce"!
Querem que vos conte uma história? Eh, não é preciso essa gritaria toda, pá! Vocês assim não podem ir à ópera! Já se estiverem a treinar para comentador do "Prolongamento", estão a ir muito bem. Bem, vamos lá então.
Era uma vez um rapaz chamado António, embora todos o conhecessem como Toni. O Toni era um jovem simpático, bem disposto e conciliador. Como todos os rapazes, o Toni tinha sonhos e pensou em ter um carro. Não era um carro qualquer. Era a máquina de quatro rodas que preenchia o seu imaginário desde que se lembrava de ser gente, um bólide raríssimo. Tão raro que só existia um no país, imaginem só. Acontece que esse veículo estava nas mãos de outros dois rapazes, o Pedro e o Paulo. O Pedro conduzia-o pelos caminhos que um GPS de tecnologia alemã ditava e o Paulo, no lugar do pendura, tinha o hábito de dar indicações sobre o trânsito. Por achar que o Pedro era um maçarico a conduzir, o Paulo sentia que devia intervir sempre que julgava necessário. Não tinha pejo em recorrer a medidas drásticas e, não raras vezes, deitava a mão ao volante para corrigir a trajectória do automóvel. Escusado será dizer que o ímpeto excessivo do Paulo e a aselhice do Pedro deixaram a máquina em mau estado. Ele era faróis partidos, ele era amolgadelas nos para-choques, ele era vidros rachados. Ao fim de quatro anos, o carro dos sonhos do Toni não era mais que uma lata amassada em cima de quatro rodas.
Não podendo mais conter a sua desolação sempre que via o estado do veículo que tanto queria, o Toni decidiu elaborar um plano para roubar o tão amado e, ao mesmo tempo, tão negligenciado automóvel. Percebendo que não conseguiria pôr em prática o seu plano sem ajuda, (uma vez que não tinha força suficiente para enfrentar os seus dois antagonistas), o Toni decidiu chamar dois velhos conhecidos para conseguir os seus intentos: a Catarina e o Jerónimo. Não se podiam considerar grandes amigos, visto que existia uma desconfiança entre os três. Apesar de todos caminharem pelo lado esquerdo da rua, o Toni ziguezagueava de quando em vez, o que punha os nervos em franja à Catarina (que gostava de andar num passo determinado e célere) e ao Jerónimo (que andava o mais à esquerda que podia, levando-o a embater com o ombro frequentes vezes nas caixas de correio douradas das mansões dos "porcos capitalistas"). Ainda assim, a Catarina e o Jerónimo decidiram deitar as diferenças para trás das costas e escutaram com atenção o que o Toni tinha para lhes dizer. Que tinham eles a perder? Não andavam eles a pé desde sempre? Ainda que em estado decadente, um carro erra um carro, que diabo! Melhor que andar a penantes ou deixar os rapazes marialvas a escangalharem o que faltava, ora!
Em tom conspirativo, o Toni pôs os comparsas de ocasião ao corrente da sua estratégia:
- Como sabemos, aqueles dois nabos acham que ganharam o direito de espatifar o carro durante mais quatro anos. Se não agirmos depressa, daqui a pouco não há carro para ninguém! Eles são dois, mas nós somos três e juntos somos mais fortes...
- Amor-Electro! gritou Catarina de forma eufórica.
Jerónimo, dando uma ligeira cotovelada repreendedora no braço da jovem posicionada ao seu lado, fez um sinal com a cabeça na direcção de Toni para que este prosseguisse:
- Não ligues. Ela pensa que isto é a "Roda da Sorte", do Herman José. Sempre quis ser a Ruth Rita. "Petanto", continua, se fazes favor.
Com ar trocista e irreverente, Catarina replicou:
- A "Roda da Ssorte"? Então, Jerónimo? "Deixasste" de ver "televissão" depois da queda do muro de Berlim, foi? - questionou a jovem, denunciando que era ciosa.
Toni, apercebendo-se da escalada de tensão entre os dois, resolveu intervir:
- Querem ouvir ou não?
Os dois interlocutores aquiesceram.
- Pois bem - prosseguiu Toni -, eu tenho informações seguras que me indicam que aqueles dois vão a uma festa daquelas em que só se bebe Moet & Chandon e come caviar. Escusado será dizer que os gajos vêm com um "grãozinho na asa" com o carro nas mãos. Todos sabemos que costumam estacioná-lo na Assembleia da República, não sabemos? É quando eles estiverem a fazer a manobra para arrumar o carro que nós entramos em acção. Eu abro a porta do condutor e saco o Pedro para fora e tu, Catarina, fazes o mesmo do lado do pendura. Puxas o Paulo para fora e ocupas o lugar dele. Jerónimo, tu estás um bocado para o acabado e precisas de te acomodar confortavelmente. Ficas com o banco de trás todo para ti, ok?
Jerónimo franziu o sobrolho, não estando completamente convencido:
- Então, mas se eu for sentado atrás, como é que ponho, "petanto", a cassete no rádio do carro depois de o roubarmos?
- Qual cassete, homem? - indagou Catarina, desconcertada.
- A cassete do Zeca Afonso, ora! Eu quero ouvir o "Grândola, "petanto", Vila Morena" nas viagens, que pensam vocês?! - retorquiu Jerónimo, o nervosismo a tomar conta dele de novo.
Toni, notando a agressividade a recrudescer no tom de voz do homem, tentou falar da forma mais serena que conseguiu:
- Jerónimo, o carro é moderno e já só lê ficheiros MP3 através de uma pen. As cassetes já não são usadas há muito tempo. Mas não te preocupes, todas as músicas do Zeca que quiseres pôr a tocar serão postas a tocar. A Catarina já as converteu para formato digital e vai colocá-las em reprodução assim que nos pusermos em andamento. Está bem assim?
Jerónimo hesitou por um momento, mas acabou por anuir:
- Pode, "petanto", ser.
Óptimo - disse Toni, abrindo o sorriso e preparando os seus companheiros para o que ia dizer a seguir - Como vocês sabem, aquilo está num estado lastimável e vou precisar da vossa ajuda para repará-lo em condições. Vamos precisar de bater muita chapa e consertar o que aqueles vândalos fizeram.
Sempre voluntarioso, Jerónimo disparou:
- Não há problema! "Pettanto", eu conheço um muito bom em Leninegrado, na União Soviética!
Toni respirou fundo, percebendo que contrariar o homem e dizer-lhe que a URSS já não existia não era boa ideia naquele momento. Ao mesmo tempo, o rapaz tomava consciência da dimensão do desafio que tinha em mãos enquanto Catarina ria a bandeiras despregadas.
- Ok, Jerónimo. Depois vemos isso. Vamos a eles?
- Vamos! - gritaram Catarina e Jerónimo em uníssono.
O plano foi executado segundo o estipulado por Toni, com o imprescindível auxílio de Catarina e Jerónimo. Na noite e na hora marcadas, os três tomaram de assalto a viatura, deixando Pedro e Paulo surpreendidos com o ataque. Ainda tentaram estrebuchar, mas os vapores alcoólicos e a superioridade numérica dos seus oponentes não deram chance para réplica. Tinham mesmo ficado apeados.
A muito custo, o automóvel foi reparado durante um ano. Apesar de não se encontrar em perfeitas condições, já tinha um aspecto completamente diferente. Subsistiam alguns problemas no motor, era um facto, e não andavam tão depressam quanto queriam. Nada que não consigamos resolver com mais tempo, dizia Toni aos seus coadjuvantes.
Certo dia, iam os três a bordo do automóvel quando Toni vislumbrou um lugar para estacionar. Era apertado e Toni, que tinha carta de condução há pouco tempo, estava um pouco inseguro quanto à sua capacidade para colocá-lo em tão exíguo espaço. Os seus comparsas prontificaram-se a tranquilizá-lo, dizendo-lhe que seria possível se ele seguisse as indicações que lhe iam dando. Foi Catarina a fazê-lo em primeiro lugar:
- Toni, não "tenhass" medo de te "encosstaress" à "essquerda". "Tenss" muita margem para lá. Do lado direito é que é "perigosso". "Tenss" aqui um pilar que tem a" insscrição" "Cortess" nas "penssõess" maiss baixass" e outro logo a"s seguir" que diz "Desscida" do IRC para "ass" "Multinacionaiss". Não "cheguess" o carro para aqui, "ouvisste"? Olha que "sse" "batess" "nissto", "amolgass" a lata de novo e eu já não "esstou" "maiss" para "conssertoss"! Olha para "ass" "minhas" "mãoss". Ainda "esstão" "todass" "calejadass" de bater chapa!
Jerónimo, não querendo ficar-se atrás, apontou também para a esquerda enquanto ia dizendo:
- Encosta, "petanto", deste lado à vontade, Toni. Tens aqui um passeio baixinho com "Imposto sobre Refrigerantes", "Sobretaxa no IMI sobre o património imobiliário acima dos 1,2 milhões de euros" e "Eliminação da sobretaxa no IRS". É à vontade para lá, camarada! Pode parecer apertado, mas para este lado fazes bem a manobra. "Petanto", avante!
Sabendo que as notas que ia ouvindo eram as únicas que podia seguir se quisesse manter o seu precioso bólide intacto, Toni fez o que lhe disseram. Com cuidado, conseguiu estacionar sem nenhum arranhão visível.
Satisfeitos, os três saltaram do interior da viatura e ficaram a comtemplá-la. Ah, e pensar que já lhe tinham ignobilmente chamado geringonça! Santa ignorância!
Então? Gostaram? Foi assim-assim? Muito bem, então ponham o popó novamente nas mãos do Pedro e digam que ficam com os pneus furados...
Era uma vez um rapaz chamado António, embora todos o conhecessem como Toni. O Toni era um jovem simpático, bem disposto e conciliador. Como todos os rapazes, o Toni tinha sonhos e pensou em ter um carro. Não era um carro qualquer. Era a máquina de quatro rodas que preenchia o seu imaginário desde que se lembrava de ser gente, um bólide raríssimo. Tão raro que só existia um no país, imaginem só. Acontece que esse veículo estava nas mãos de outros dois rapazes, o Pedro e o Paulo. O Pedro conduzia-o pelos caminhos que um GPS de tecnologia alemã ditava e o Paulo, no lugar do pendura, tinha o hábito de dar indicações sobre o trânsito. Por achar que o Pedro era um maçarico a conduzir, o Paulo sentia que devia intervir sempre que julgava necessário. Não tinha pejo em recorrer a medidas drásticas e, não raras vezes, deitava a mão ao volante para corrigir a trajectória do automóvel. Escusado será dizer que o ímpeto excessivo do Paulo e a aselhice do Pedro deixaram a máquina em mau estado. Ele era faróis partidos, ele era amolgadelas nos para-choques, ele era vidros rachados. Ao fim de quatro anos, o carro dos sonhos do Toni não era mais que uma lata amassada em cima de quatro rodas.
Não podendo mais conter a sua desolação sempre que via o estado do veículo que tanto queria, o Toni decidiu elaborar um plano para roubar o tão amado e, ao mesmo tempo, tão negligenciado automóvel. Percebendo que não conseguiria pôr em prática o seu plano sem ajuda, (uma vez que não tinha força suficiente para enfrentar os seus dois antagonistas), o Toni decidiu chamar dois velhos conhecidos para conseguir os seus intentos: a Catarina e o Jerónimo. Não se podiam considerar grandes amigos, visto que existia uma desconfiança entre os três. Apesar de todos caminharem pelo lado esquerdo da rua, o Toni ziguezagueava de quando em vez, o que punha os nervos em franja à Catarina (que gostava de andar num passo determinado e célere) e ao Jerónimo (que andava o mais à esquerda que podia, levando-o a embater com o ombro frequentes vezes nas caixas de correio douradas das mansões dos "porcos capitalistas"). Ainda assim, a Catarina e o Jerónimo decidiram deitar as diferenças para trás das costas e escutaram com atenção o que o Toni tinha para lhes dizer. Que tinham eles a perder? Não andavam eles a pé desde sempre? Ainda que em estado decadente, um carro erra um carro, que diabo! Melhor que andar a penantes ou deixar os rapazes marialvas a escangalharem o que faltava, ora!
Em tom conspirativo, o Toni pôs os comparsas de ocasião ao corrente da sua estratégia:
- Como sabemos, aqueles dois nabos acham que ganharam o direito de espatifar o carro durante mais quatro anos. Se não agirmos depressa, daqui a pouco não há carro para ninguém! Eles são dois, mas nós somos três e juntos somos mais fortes...
- Amor-Electro! gritou Catarina de forma eufórica.
Jerónimo, dando uma ligeira cotovelada repreendedora no braço da jovem posicionada ao seu lado, fez um sinal com a cabeça na direcção de Toni para que este prosseguisse:
- Não ligues. Ela pensa que isto é a "Roda da Sorte", do Herman José. Sempre quis ser a Ruth Rita. "Petanto", continua, se fazes favor.
Com ar trocista e irreverente, Catarina replicou:
- A "Roda da Ssorte"? Então, Jerónimo? "Deixasste" de ver "televissão" depois da queda do muro de Berlim, foi? - questionou a jovem, denunciando que era ciosa.
Toni, apercebendo-se da escalada de tensão entre os dois, resolveu intervir:
- Querem ouvir ou não?
Os dois interlocutores aquiesceram.
- Pois bem - prosseguiu Toni -, eu tenho informações seguras que me indicam que aqueles dois vão a uma festa daquelas em que só se bebe Moet & Chandon e come caviar. Escusado será dizer que os gajos vêm com um "grãozinho na asa" com o carro nas mãos. Todos sabemos que costumam estacioná-lo na Assembleia da República, não sabemos? É quando eles estiverem a fazer a manobra para arrumar o carro que nós entramos em acção. Eu abro a porta do condutor e saco o Pedro para fora e tu, Catarina, fazes o mesmo do lado do pendura. Puxas o Paulo para fora e ocupas o lugar dele. Jerónimo, tu estás um bocado para o acabado e precisas de te acomodar confortavelmente. Ficas com o banco de trás todo para ti, ok?
Jerónimo franziu o sobrolho, não estando completamente convencido:
- Então, mas se eu for sentado atrás, como é que ponho, "petanto", a cassete no rádio do carro depois de o roubarmos?
- Qual cassete, homem? - indagou Catarina, desconcertada.
- A cassete do Zeca Afonso, ora! Eu quero ouvir o "Grândola, "petanto", Vila Morena" nas viagens, que pensam vocês?! - retorquiu Jerónimo, o nervosismo a tomar conta dele de novo.
Toni, notando a agressividade a recrudescer no tom de voz do homem, tentou falar da forma mais serena que conseguiu:
- Jerónimo, o carro é moderno e já só lê ficheiros MP3 através de uma pen. As cassetes já não são usadas há muito tempo. Mas não te preocupes, todas as músicas do Zeca que quiseres pôr a tocar serão postas a tocar. A Catarina já as converteu para formato digital e vai colocá-las em reprodução assim que nos pusermos em andamento. Está bem assim?
Jerónimo hesitou por um momento, mas acabou por anuir:
- Pode, "petanto", ser.
Óptimo - disse Toni, abrindo o sorriso e preparando os seus companheiros para o que ia dizer a seguir - Como vocês sabem, aquilo está num estado lastimável e vou precisar da vossa ajuda para repará-lo em condições. Vamos precisar de bater muita chapa e consertar o que aqueles vândalos fizeram.
Sempre voluntarioso, Jerónimo disparou:
- Não há problema! "Pettanto", eu conheço um muito bom em Leninegrado, na União Soviética!
Toni respirou fundo, percebendo que contrariar o homem e dizer-lhe que a URSS já não existia não era boa ideia naquele momento. Ao mesmo tempo, o rapaz tomava consciência da dimensão do desafio que tinha em mãos enquanto Catarina ria a bandeiras despregadas.
- Ok, Jerónimo. Depois vemos isso. Vamos a eles?
- Vamos! - gritaram Catarina e Jerónimo em uníssono.
O plano foi executado segundo o estipulado por Toni, com o imprescindível auxílio de Catarina e Jerónimo. Na noite e na hora marcadas, os três tomaram de assalto a viatura, deixando Pedro e Paulo surpreendidos com o ataque. Ainda tentaram estrebuchar, mas os vapores alcoólicos e a superioridade numérica dos seus oponentes não deram chance para réplica. Tinham mesmo ficado apeados.
A muito custo, o automóvel foi reparado durante um ano. Apesar de não se encontrar em perfeitas condições, já tinha um aspecto completamente diferente. Subsistiam alguns problemas no motor, era um facto, e não andavam tão depressam quanto queriam. Nada que não consigamos resolver com mais tempo, dizia Toni aos seus coadjuvantes.
Certo dia, iam os três a bordo do automóvel quando Toni vislumbrou um lugar para estacionar. Era apertado e Toni, que tinha carta de condução há pouco tempo, estava um pouco inseguro quanto à sua capacidade para colocá-lo em tão exíguo espaço. Os seus comparsas prontificaram-se a tranquilizá-lo, dizendo-lhe que seria possível se ele seguisse as indicações que lhe iam dando. Foi Catarina a fazê-lo em primeiro lugar:
- Toni, não "tenhass" medo de te "encosstaress" à "essquerda". "Tenss" muita margem para lá. Do lado direito é que é "perigosso". "Tenss" aqui um pilar que tem a" insscrição" "Cortess" nas "penssõess" maiss baixass" e outro logo a"s seguir" que diz "Desscida" do IRC para "ass" "Multinacionaiss". Não "cheguess" o carro para aqui, "ouvisste"? Olha que "sse" "batess" "nissto", "amolgass" a lata de novo e eu já não "esstou" "maiss" para "conssertoss"! Olha para "ass" "minhas" "mãoss". Ainda "esstão" "todass" "calejadass" de bater chapa!
Jerónimo, não querendo ficar-se atrás, apontou também para a esquerda enquanto ia dizendo:
- Encosta, "petanto", deste lado à vontade, Toni. Tens aqui um passeio baixinho com "Imposto sobre Refrigerantes", "Sobretaxa no IMI sobre o património imobiliário acima dos 1,2 milhões de euros" e "Eliminação da sobretaxa no IRS". É à vontade para lá, camarada! Pode parecer apertado, mas para este lado fazes bem a manobra. "Petanto", avante!
Sabendo que as notas que ia ouvindo eram as únicas que podia seguir se quisesse manter o seu precioso bólide intacto, Toni fez o que lhe disseram. Com cuidado, conseguiu estacionar sem nenhum arranhão visível.
Satisfeitos, os três saltaram do interior da viatura e ficaram a comtemplá-la. Ah, e pensar que já lhe tinham ignobilmente chamado geringonça! Santa ignorância!
Então? Gostaram? Foi assim-assim? Muito bem, então ponham o popó novamente nas mãos do Pedro e digam que ficam com os pneus furados...
terça-feira, 18 de outubro de 2016
O trabalho engorda
Aqui em casa, as conversas são muito profundas. Se se transformassem realmente num buraco no solo alagado de água, eu era bem capaz de ficar encharcado até... aos tornozelos. Confiram comigo.
Eu: Que horas são?
Mãe: São quase oito.
Eu: Está quase na hora de dar a ração ao cão.
Mãe: Pelo trabalho que ele fez...
Eu: Oh, desgraçado. Por essa ordem de ideias, a Cinha Jardim estaria tão subnutrida que lhe chamariam a "Kate Moss de Cascais", mas em feio.
Ai, Marx! Se cá voltasses e te deparasses com um pensador como eu, falecias novamente no preciso momento em que fosses aspergido pelos borrifos da minha subtil genialidade.
Eu: Que horas são?
Mãe: São quase oito.
Eu: Está quase na hora de dar a ração ao cão.
Mãe: Pelo trabalho que ele fez...
Eu: Oh, desgraçado. Por essa ordem de ideias, a Cinha Jardim estaria tão subnutrida que lhe chamariam a "Kate Moss de Cascais", mas em feio.
Ai, Marx! Se cá voltasses e te deparasses com um pensador como eu, falecias novamente no preciso momento em que fosses aspergido pelos borrifos da minha subtil genialidade.
domingo, 16 de outubro de 2016
O que é nacional é bem melhor!
A atribuição do Prémio Nobel da Literatura deste ano a Bob Dylan deixou o mundo inteiro perplexo e metade dele a querer invadir Estocolmo para partir as fuças ao júri da Academia Sueca.
Eu não entendo o porquê de tanta cólera por se atribuir uma distinção a um músico quando esta foi criada para premiar escritores. É o mesmo que dar o prémio MVP da época na NBA ao Messi. Que mal tem isso? O que eu contesto é a entrega do Nobel da Literatura a este músico em particular. Porquê Bob Dylan e não Quim Barreiros? O outro toca gaita de beiços (harmónica ou lá o que é) e o bigodudo de chapéu mais famoso do nosso burgo toca acordeão. «Hey, mister tambourine man, play a song for me. I'm not sleepy and there is no place I'm going to...» e mais umas quantas parvoíces ininteligíveis... Então e isto? «Qual é o melhor dia para casar sem sofrer nenhum desgosto? O 31 de Julho porque depois entra Agosto». Hã? Não é bem mais profundo? Saramago ter-se-á sentido inferior ao escutar estas tocantes palavras pela primeira vez, estou capaz de apostar.
Mas há mais. A habilidade portuguesa para a escrita não se esgota no "mestre da culinária". Atente-se bem na riqueza poética dos versos desse grande mago da literatura nacional que responde pelo nome de Marco Paulo: «Uma lady na mesa, uma louca na cama. Com a maior safadeza, você diz que me ama. E na minha cabeça, desvario e loucura. Quando você começa, ninguém mais a segura«. Vai buscar, Bob!
No entanto, não devemos cingir-nos somente aos consagrados, cujas estrondosas carreiras só encontram paralelo no assombroso percurso trafulha de José Sócrates. Devemos alargar horizontes e deter um olhar sobre os grandes valores emergentes da cultura erudita em Portugal. Mas só com máscaras para soldar. O Diabo está sempre pronto a tecê-las e não queremos desgraças oculares ao contemplar algo tão fascinante. Que dizer da nova coqueluche nacional, Maria Leal? Bem sei que um Nobel da Literatura precisa de demonstrar os seus argumentos durante todo um longo caminho passível de atento escrutínio por parte da crítica literária, mas quem já abriu uma excepção ao atribuir o prémio a um músico também pode voltar a quebrar as regras e outorgá-lo a uma estrela em ascensão. Como passar ao lado de uma letra deste calibre :«Dialectos da ternura foram mais que para mim 11 minutos de história interminável e sem fim. Extravagância nos teus olhos, como um óleo por pintar, porta fechada numa tela sem azul e sem mar. Ooooh, ooooh, Hoje Maria Leal aqui só para ti»? Reparem na excelência gramatical e lexical, na diversidade de temas e como convergem após a escolha de sentidos opostos neste labirinto filosófico. Cereja no topo do bolo, a entrega da autora na assinatura da obra. Não fosse dar-se o caso de conspurcar a imaculada composição para aqui transcrita e até era capaz de afirmar: foda-se, isto é do caralho!
Os membros do júri da Academia Sueca conservam, segundo as últimas informações, toda a dentição, apesar das ameaças de extracções sem anestesia. Todavia, elas tornar-se-ão efectivas se continuarem a ignorar o que se faz de extraordinário em Portugal. Quem vai acertar contas com vocês sou eu. Eu e o Manuel Maria Carrilho, que consegue aliar a sua reconhecida elevação cultural a uns incríveis dotes de kickboxer. É só para ficarem sabedores!
Eu não entendo o porquê de tanta cólera por se atribuir uma distinção a um músico quando esta foi criada para premiar escritores. É o mesmo que dar o prémio MVP da época na NBA ao Messi. Que mal tem isso? O que eu contesto é a entrega do Nobel da Literatura a este músico em particular. Porquê Bob Dylan e não Quim Barreiros? O outro toca gaita de beiços (harmónica ou lá o que é) e o bigodudo de chapéu mais famoso do nosso burgo toca acordeão. «Hey, mister tambourine man, play a song for me. I'm not sleepy and there is no place I'm going to...» e mais umas quantas parvoíces ininteligíveis... Então e isto? «Qual é o melhor dia para casar sem sofrer nenhum desgosto? O 31 de Julho porque depois entra Agosto». Hã? Não é bem mais profundo? Saramago ter-se-á sentido inferior ao escutar estas tocantes palavras pela primeira vez, estou capaz de apostar.
Mas há mais. A habilidade portuguesa para a escrita não se esgota no "mestre da culinária". Atente-se bem na riqueza poética dos versos desse grande mago da literatura nacional que responde pelo nome de Marco Paulo: «Uma lady na mesa, uma louca na cama. Com a maior safadeza, você diz que me ama. E na minha cabeça, desvario e loucura. Quando você começa, ninguém mais a segura«. Vai buscar, Bob!
No entanto, não devemos cingir-nos somente aos consagrados, cujas estrondosas carreiras só encontram paralelo no assombroso percurso trafulha de José Sócrates. Devemos alargar horizontes e deter um olhar sobre os grandes valores emergentes da cultura erudita em Portugal. Mas só com máscaras para soldar. O Diabo está sempre pronto a tecê-las e não queremos desgraças oculares ao contemplar algo tão fascinante. Que dizer da nova coqueluche nacional, Maria Leal? Bem sei que um Nobel da Literatura precisa de demonstrar os seus argumentos durante todo um longo caminho passível de atento escrutínio por parte da crítica literária, mas quem já abriu uma excepção ao atribuir o prémio a um músico também pode voltar a quebrar as regras e outorgá-lo a uma estrela em ascensão. Como passar ao lado de uma letra deste calibre :«Dialectos da ternura foram mais que para mim 11 minutos de história interminável e sem fim. Extravagância nos teus olhos, como um óleo por pintar, porta fechada numa tela sem azul e sem mar. Ooooh, ooooh, Hoje Maria Leal aqui só para ti»? Reparem na excelência gramatical e lexical, na diversidade de temas e como convergem após a escolha de sentidos opostos neste labirinto filosófico. Cereja no topo do bolo, a entrega da autora na assinatura da obra. Não fosse dar-se o caso de conspurcar a imaculada composição para aqui transcrita e até era capaz de afirmar: foda-se, isto é do caralho!
Os membros do júri da Academia Sueca conservam, segundo as últimas informações, toda a dentição, apesar das ameaças de extracções sem anestesia. Todavia, elas tornar-se-ão efectivas se continuarem a ignorar o que se faz de extraordinário em Portugal. Quem vai acertar contas com vocês sou eu. Eu e o Manuel Maria Carrilho, que consegue aliar a sua reconhecida elevação cultural a uns incríveis dotes de kickboxer. É só para ficarem sabedores!
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Justo ao máximo!
A manifestação dos taxistas no início desta semana foi todo um fartote de... como hei-de eu chamar-lhe? De inopinados acontecimentos, vá. Gosto muito de usar recursos estilísticos e o eufemismo é um dos meus preferidos, mesmo quando o tema orbita em torno de fogareiros. E como é preciso cuidado para não nos queimarmos com fogareiros em brasa, acho que enveredei pela via mais inócua.
Mas voltando à "vaca fria" (quietinha, senhora Merkel! Não é nada consigo!), a manifestação foi muito rica. Ela foi carros vandalizados, ela foi gritos e impropérios, ela foi elementos de claque ressacados com a falta de chapada durante o fim-de-semana, ela foi tochas incendiárias, ela foi a Fátima Campos Ferreira em modo Godzilla num ecrã gigante em pleno centro de Lisboa, ela foi presidentes de associações defensoras dos direitos dos taxistas (nenhuma alusão velada às associações de defesa dos direitos dos animais, suas mentes ímpias) a dizerem pela alvorada que ninguém os tiraria dali e às duas da manhã a mandarem os colegas fogareiros para a caminha que os senhores da polícia já tinham olhado demasiadas vezes para o relógio da rotunda e não conseguiam manter o cacetete inerte durante mais 10 minutos... Enfim, um verdadeiro banquete para quem enche o bandulho de idiotices. Bem comparado, uma pessoa gulosa por estupidez era bem capaz de ficar um Malato pré-cirurgia de apertão no estômago.
No entanto, o pináculo do atraso mental (num dia em que a Serra da Estrela pareceu uma mera lomba rodoviária por comparação à dimensão da patologia psiquiátrico- taxista) foi a declaração de Jorge Máximo, eterno companheiro de "Barbas" no afagamento de pilosidades faciais, emborcanço de copos de três e arremesso de cascas de tremoço às focinheiras de não partidários dos seus ideais benfiquistas. Pois diz o distinto verme... perdão, conhecido taxista que, e passando a citar, «as leis são como as meninas virgens: são para ser violadas».
Chupem, americanos! Vocês têm o Trump, nós temos o Máximo! Para além do grau superlativo no apelido, ainda conduz melhor que esse burgesso, tenho a certeza. Mais: no afanamento de carteiras de turistas zé-parvos por via de corridas excessivamente longas é imbatível. Fique esse labrego desse Trump a saber que os seus compatriotas já foram à Lua, mas foi de foguetão. Queria vê-los a irem lá de táxi, como já fez o nosso Jojó, a partir do aeroporto e com um monhé no banco de trás, que só queria ir visitar os Jerónimos e a Torre de Belém. E, vai-se a ver, na porrada, no tête-a-tête, também lhe dá uma abada. Ah, pois, que ao Máximo ninguém lhe desfaz o bigode. Nem à lei de Tomahwak.
Com toda a sinceridade, este homem merecia um prémio. Mas um prémio daqueles que ninguém contesta a justiça da sua atribuição. Na minha humilde opinião, era levá-lo numa visita à África profunda como recompensa por tanta nobreza de carácter demonstrada. Entregue a meia-dúzia de simpáticos congoleses... ou sudaneses... ou moçambicanos... ou senegaleses... ou togoleses, era dizer aos anfitriões: o rabo do nosso valentaço é como o cofre secreto do Ricardo Salgado: é para ser arrombado!
Então, Lápis? Para onde foi o eufemismo? Queiram perdoar, mas bebi daquele chá que os taxistas tomam em abundância, feito à base de cevada, e a deriva para a escrita pomposa perdeu-se na loiça sanitária por excreção urinária.
Mas voltando à "vaca fria" (quietinha, senhora Merkel! Não é nada consigo!), a manifestação foi muito rica. Ela foi carros vandalizados, ela foi gritos e impropérios, ela foi elementos de claque ressacados com a falta de chapada durante o fim-de-semana, ela foi tochas incendiárias, ela foi a Fátima Campos Ferreira em modo Godzilla num ecrã gigante em pleno centro de Lisboa, ela foi presidentes de associações defensoras dos direitos dos taxistas (nenhuma alusão velada às associações de defesa dos direitos dos animais, suas mentes ímpias) a dizerem pela alvorada que ninguém os tiraria dali e às duas da manhã a mandarem os colegas fogareiros para a caminha que os senhores da polícia já tinham olhado demasiadas vezes para o relógio da rotunda e não conseguiam manter o cacetete inerte durante mais 10 minutos... Enfim, um verdadeiro banquete para quem enche o bandulho de idiotices. Bem comparado, uma pessoa gulosa por estupidez era bem capaz de ficar um Malato pré-cirurgia de apertão no estômago.
No entanto, o pináculo do atraso mental (num dia em que a Serra da Estrela pareceu uma mera lomba rodoviária por comparação à dimensão da patologia psiquiátrico- taxista) foi a declaração de Jorge Máximo, eterno companheiro de "Barbas" no afagamento de pilosidades faciais, emborcanço de copos de três e arremesso de cascas de tremoço às focinheiras de não partidários dos seus ideais benfiquistas. Pois diz o distinto verme... perdão, conhecido taxista que, e passando a citar, «as leis são como as meninas virgens: são para ser violadas».
Chupem, americanos! Vocês têm o Trump, nós temos o Máximo! Para além do grau superlativo no apelido, ainda conduz melhor que esse burgesso, tenho a certeza. Mais: no afanamento de carteiras de turistas zé-parvos por via de corridas excessivamente longas é imbatível. Fique esse labrego desse Trump a saber que os seus compatriotas já foram à Lua, mas foi de foguetão. Queria vê-los a irem lá de táxi, como já fez o nosso Jojó, a partir do aeroporto e com um monhé no banco de trás, que só queria ir visitar os Jerónimos e a Torre de Belém. E, vai-se a ver, na porrada, no tête-a-tête, também lhe dá uma abada. Ah, pois, que ao Máximo ninguém lhe desfaz o bigode. Nem à lei de Tomahwak.
Com toda a sinceridade, este homem merecia um prémio. Mas um prémio daqueles que ninguém contesta a justiça da sua atribuição. Na minha humilde opinião, era levá-lo numa visita à África profunda como recompensa por tanta nobreza de carácter demonstrada. Entregue a meia-dúzia de simpáticos congoleses... ou sudaneses... ou moçambicanos... ou senegaleses... ou togoleses, era dizer aos anfitriões: o rabo do nosso valentaço é como o cofre secreto do Ricardo Salgado: é para ser arrombado!
Então, Lápis? Para onde foi o eufemismo? Queiram perdoar, mas bebi daquele chá que os taxistas tomam em abundância, feito à base de cevada, e a deriva para a escrita pomposa perdeu-se na loiça sanitária por excreção urinária.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Como é bela a vida na horta!
Quão erótica pode ser uma horta? Muito, dirão os capatazes que surpreendem as distraídas donzelas que andam na apanha do melão. Mas não me refiro a esses, que gostam de afiar a navalha em moca alheia. Falo mesmo de alguns produtos hortícolas e às suas variadíssimas qualidades.
Toda a gente gosta de uvas, exceptuando aqueles esquisitinhos que não suportam encontrar grainhas nos bagos. A pergunta é esta: e quantos gostam de comer picha-de-galo? Sim, a uva picha-de-galo é uma variedade bastante apreciada, até lhe descobrirmos o nome. Tu não contas, Goucha, nós sabemos.
A abóbora é bastante apreciada na cozinha mediterrânica, uma vez que possui um elevado valor nutricional e por isso é incluída com frequência na sopa. Então e digam-me lá: vocês andam a pôr o cu de mulher dentro da panela? Pois claro, existe uma variedade com esse mesmo nome, o que significa que o cu-de-mulher se pode comer de várias formas. Para quem não for esquisito.
Ah, lá está ele armado em parvo, a inventar e não sei quê. Até admito que a primeira premissa seja uma grande verdade, mas não estou a inventar nada! Olhem, só para vocês: tomate-chucha!
Toda a gente gosta de uvas, exceptuando aqueles esquisitinhos que não suportam encontrar grainhas nos bagos. A pergunta é esta: e quantos gostam de comer picha-de-galo? Sim, a uva picha-de-galo é uma variedade bastante apreciada, até lhe descobrirmos o nome. Tu não contas, Goucha, nós sabemos.
A abóbora é bastante apreciada na cozinha mediterrânica, uma vez que possui um elevado valor nutricional e por isso é incluída com frequência na sopa. Então e digam-me lá: vocês andam a pôr o cu de mulher dentro da panela? Pois claro, existe uma variedade com esse mesmo nome, o que significa que o cu-de-mulher se pode comer de várias formas. Para quem não for esquisito.
Ah, lá está ele armado em parvo, a inventar e não sei quê. Até admito que a primeira premissa seja uma grande verdade, mas não estou a inventar nada! Olhem, só para vocês: tomate-chucha!
domingo, 9 de outubro de 2016
Estava escrito nas estrelas
Não encontro nenhum apelido mais premonitório do que o de Amy Winehouse. Até parece que quem decidiu adoptar este apelido pela primeira vez já antevia a perdição de uma sua descendente em todo o lugar onde se encontrasse uma garrafinha de tintol.
Melhor, melhor, melhor só se algum antepassado de Donal Trump tivesse a excelente ideia de se auto-denominar Shithead!
Melhor, melhor, melhor só se algum antepassado de Donal Trump tivesse a excelente ideia de se auto-denominar Shithead!
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Ironias diplomáticas e matemáticas
A eleição para o cargo de secretário-geral da ONU podia ter sido porca, porca, porca por causa de uma senhora que é Kristalina.
Felizmente, o nosso António pôde fazer conta com 13 votos a favor da sua candidatura. Melhor sorte teve que aqueles que fizeram conta com a sua capacidade para fazer boas contas de cabeça.
Felizmente, o nosso António pôde fazer conta com 13 votos a favor da sua candidatura. Melhor sorte teve que aqueles que fizeram conta com a sua capacidade para fazer boas contas de cabeça.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
Sentimentos enTesados
Gosto muito do Salvador Martinha. Tanto, tanto, tanto que até quero dar-lhe dinheiro a ganhar. A minha ideia consiste em transformar o rapaz na cara de uma campanha publicitária de uma marca bem conhecida de todos nós: a Tesa.
Imaginem isto: um outdoor do tamanho de um camião, a imagem do Martinha (se estivesse a escrever no Word, já estava a comer com um erro de concordância no lombo. Abençoado sejas, Blogger!) com a boca enrolada em três metros de fita adesiva. Sim? Agora a mensagem publicitária: «Não é fita, é mais que isso. Conseguimos calá-lo!». Por fim, a assinatura: «Powered by Tesa»
Tão bom, não é? Melhor, melhor só concretizado.
Imaginem isto: um outdoor do tamanho de um camião, a imagem do Martinha (se estivesse a escrever no Word, já estava a comer com um erro de concordância no lombo. Abençoado sejas, Blogger!) com a boca enrolada em três metros de fita adesiva. Sim? Agora a mensagem publicitária: «Não é fita, é mais que isso. Conseguimos calá-lo!». Por fim, a assinatura: «Powered by Tesa»
Tão bom, não é? Melhor, melhor só concretizado.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Salvar o país: primeira tentativa
Se há coisa que agradeço diariamente a todos os santos, anjos e arcanjos, essa coisa é o avanço tecnológico. Podia falar-vos de milhares de exemplos de benefícios que a tecnologia nos tem trazido, mas prefiro focar-me num daqueles mais básicos e que, com toda a probabilidade, poucos lhe reconhecem o real valor. Falo do corrector ortográfico e gramatical dos softwares computacionais.
Que maravilha que é ter uma ferramenta destas quando queremos escrever um texto cuidado, ordenado e livre de erros. Não fosse a sua existência e quantos de nós não teríamos posto a pata na poça de forma vergonhosa? Quantos de nós não teríamos levado um valente raspanete do patrão por termos dado aquele terrível pontapé na gramática na elaboração de um e-mail importante, ainda que tenha sido motivado pelo decote acentuado da mamalhuda da contabilidade? Pois é, os sublinhados vermelhos do Word e dos browsers dão um jeito do camandro!
Ora se é um facto que este instrumento é de uma utilidade extrema na procura da escrita perfeita, não é menos verdade que existe uma lacuna na correcção da oralidade. Que bom seria haver algo que desse ao autor da calinada a indicação que estava a agredir à pantufada de força a pobre da língua portuguesa, obrigando-o a reflectir sobre o acto e, automaticamente, pondo-o a falar como um mago da retórica.
Se fosse algo idêntico ao corrector ortográfico e gramatical dos programas de computador, teríamos os analfabrutos com os lábios pintados de vermelho e orelhas de burro verdes em substituição das ditas normais (as suas não contam para o conceito de normalidade ao nível dos talos, Luís Filipe vieira) a cada espalhanço na arte de bem falar. No entanto, estou em crer que esta não seria a melhor solução. O prevaricador não veria o estado em que se apresentava aos seus interlocutores, afastando a função pedagógica desta ideia de correcção. Quando muito, serviria para acicatar a vontade de rir de quem o estivesse a ouvir. Teria, então, de ser algo que indicasse a falha de forma sonora, de modo a que não restassem quaisquer dúvidas ao infractor acerca do seu disparate linguístico.
Sempre empenhado na busca de soluções que constituam um progresso para a Humanidade, este que vos escreve, após três quartos de hora e meio garrafão de água-pé velha já voltado, conseguiu encontrar a salvação dos escoiceadores do português. Preparem-se para mais uma demonstração cabal da minha prodigiosa capacidade intelectual. Isto pode ser um upper-cut mental e recomendo que vos protegeis. Aí vai ele: de cada vez que se verificasse uma biqueirada na expressão oral, vinha a amiga Olga e o gajo do gongo dourado sinalizar o atropelo do português. Ela gritava "uauuu!" e o artista dava logo uma martelada no gongo. Em seguida, aparecia o Diogo Infante, dizia «cuidado com a língua!» e emendava o que estava errado. Uma ideia vencedora, não?
Suspeito que as conferências de imprensa de Jorge Jesus e as conversas entre os concorrentes do "Secret Story" e Teresa Guilherme nas noites de nomeações se transformassem numa conjugação perfeita (naquilo que pode haver de perfeito nisto...) entre o som ambiente de um filme pornográfico e um concerto de gongo, tornando-se o seu executante um exímio imitador de um pandeireta de tuna universitária. Já o pobre do Diogo poderia ficar com a boca seca de tanto corrigir em tão pouco tempo, pelo que se faria acompanhar de um garrafão de água do Lidl. Devias pensar que a água-pé era para ti... Pffff!
Que maravilha que é ter uma ferramenta destas quando queremos escrever um texto cuidado, ordenado e livre de erros. Não fosse a sua existência e quantos de nós não teríamos posto a pata na poça de forma vergonhosa? Quantos de nós não teríamos levado um valente raspanete do patrão por termos dado aquele terrível pontapé na gramática na elaboração de um e-mail importante, ainda que tenha sido motivado pelo decote acentuado da mamalhuda da contabilidade? Pois é, os sublinhados vermelhos do Word e dos browsers dão um jeito do camandro!
Ora se é um facto que este instrumento é de uma utilidade extrema na procura da escrita perfeita, não é menos verdade que existe uma lacuna na correcção da oralidade. Que bom seria haver algo que desse ao autor da calinada a indicação que estava a agredir à pantufada de força a pobre da língua portuguesa, obrigando-o a reflectir sobre o acto e, automaticamente, pondo-o a falar como um mago da retórica.
Se fosse algo idêntico ao corrector ortográfico e gramatical dos programas de computador, teríamos os analfabrutos com os lábios pintados de vermelho e orelhas de burro verdes em substituição das ditas normais (as suas não contam para o conceito de normalidade ao nível dos talos, Luís Filipe vieira) a cada espalhanço na arte de bem falar. No entanto, estou em crer que esta não seria a melhor solução. O prevaricador não veria o estado em que se apresentava aos seus interlocutores, afastando a função pedagógica desta ideia de correcção. Quando muito, serviria para acicatar a vontade de rir de quem o estivesse a ouvir. Teria, então, de ser algo que indicasse a falha de forma sonora, de modo a que não restassem quaisquer dúvidas ao infractor acerca do seu disparate linguístico.
Sempre empenhado na busca de soluções que constituam um progresso para a Humanidade, este que vos escreve, após três quartos de hora e meio garrafão de água-pé velha já voltado, conseguiu encontrar a salvação dos escoiceadores do português. Preparem-se para mais uma demonstração cabal da minha prodigiosa capacidade intelectual. Isto pode ser um upper-cut mental e recomendo que vos protegeis. Aí vai ele: de cada vez que se verificasse uma biqueirada na expressão oral, vinha a amiga Olga e o gajo do gongo dourado sinalizar o atropelo do português. Ela gritava "uauuu!" e o artista dava logo uma martelada no gongo. Em seguida, aparecia o Diogo Infante, dizia «cuidado com a língua!» e emendava o que estava errado. Uma ideia vencedora, não?
Suspeito que as conferências de imprensa de Jorge Jesus e as conversas entre os concorrentes do "Secret Story" e Teresa Guilherme nas noites de nomeações se transformassem numa conjugação perfeita (naquilo que pode haver de perfeito nisto...) entre o som ambiente de um filme pornográfico e um concerto de gongo, tornando-se o seu executante um exímio imitador de um pandeireta de tuna universitária. Já o pobre do Diogo poderia ficar com a boca seca de tanto corrigir em tão pouco tempo, pelo que se faria acompanhar de um garrafão de água do Lidl. Devias pensar que a água-pé era para ti... Pffff!
sábado, 1 de outubro de 2016
Somos pela inclusão!
Sabem porque é que o Quaresma só usa o Google? Pelo interface simples e de fácil utilização? Pela rapidez na pesquisa? Pela disposição bem ordenada dos resultados? Errado!
Porque tem medo do Sapo.
No entanto, o Bloco de Esquerda prepara-se para resolver este problema, comum a toda a comunidade cigana portuguesa. O partido liderado por Catarina Martins está em diálogo com o Governo, pressionando o executivo de António Costa a legislar sobre a denominação dos portais de Internet. No entender dos bloquistas, nenhuma denominação pode ser atentatória do bem-estar de toda e qualquer comunidade e aquelas que possam ferir a susceptibilidade de uma minoria étnica ou racial terão, obrigatoriamente, de ser alteradas e eliminar qualquer ícone visual a si associadas passível de ser interpretado como discriminatório.
Por isso, não será de espantar que passemos a entrar na Rã, cujo logótipo poderá assemelhar-se à imagem do referido anfíbio.
Porque tem medo do Sapo.
No entanto, o Bloco de Esquerda prepara-se para resolver este problema, comum a toda a comunidade cigana portuguesa. O partido liderado por Catarina Martins está em diálogo com o Governo, pressionando o executivo de António Costa a legislar sobre a denominação dos portais de Internet. No entender dos bloquistas, nenhuma denominação pode ser atentatória do bem-estar de toda e qualquer comunidade e aquelas que possam ferir a susceptibilidade de uma minoria étnica ou racial terão, obrigatoriamente, de ser alteradas e eliminar qualquer ícone visual a si associadas passível de ser interpretado como discriminatório.
Por isso, não será de espantar que passemos a entrar na Rã, cujo logótipo poderá assemelhar-se à imagem do referido anfíbio.
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