segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Pot-pourri de parvoíce meteorológica

Eh, lá! Isto é que vai para aqui uma ventania, hã? Tenho a dizer que, para vos escrever, tive de me agarrar às pás de uma ventoinha eólica, a única estrutura capaz de aguentar com este bicho. De maneiras que não devem estranhar se este post for ligeiramente mais turbulento que o habitual.
Há coisas que me inquietam nesta altura em relação a esta tempestade e para as quais gostava de obter algumas respostas. A primeira é esta: quem é que teve a parva ideia de atribuir o nome de uma pessoa à dita cuja? É que toda a gente aceita isto de bom grado sem levantar uma objecção que seja enquanto eu tenho de ouvir, amiudadamente, a pergunta «porque é que deste um nome de pessoa ao teu cão?». Pior: deram-lhe o nome de Ana. Ora bem, a primeira Ana que me vem à ideia, assim de repente, é a Malhoa. Se queriam que a tempestade fosse catalogada como má logo a partir do nome, se calhar não era mal pensado atribuir-lhe outro que não lembrasse uma senhora que de má não tem nada... uh... ok, esqueçamos o jeito para cantar. De resto, é tudo bom. Por isso, pessoal do Instituto do Mar e da Atmosfera, corrijam o tiro enquanto ainda se fala na intempérie e digam que foram ao Registo Civil mudar-lhe a graça para Alfredina. Ainda que o façam, não posso encerrar este capítulo sobre o nome sem dizer isto: copiar a mania do Centro de Furacões lá do coiso é só estúpido. Da próxima vez que vier aí uma borrasca destas, digam só que vai chover para caraças e fazer muito vento que a malta percebe perfeitamente.
Segunda coisa que me abespinha: o que é que a natureza tem contra si mesma? Sim, a pergunta coloca-se por esta razão: quando há grandes catástrofes em Portugal, as árvores são as que mais levam no pelo. Vem o fogo, queima-as. Vem o vento, espeta-as no chão. O que é que se passa contigo, natureza? Que comportamento auto-destrutivo vem a ser esse? Tens algum trauma recalcado? Se quiseres, liga-me. Sou muito bom como psicoterapeuta.
Depois, temos isto. Há a lamentar uma morte em Marco de Canavezes. Uma senhora na casa dos 40 anos foi atingida por uma árvore (havia de ser por um cometa, não?) quando circulava na EN211. A GNR recolheu a raíz da árvore esta manhã e levou-a para o posto para proceder à sua inspecção.
Não se sabe o que dirá a raíz às autoridades, mas espera-se que se remeta ao silêncio durante a maior parte do tempo de permanência nas instalações da GNR. No máximo, supõe-se que diga que não se aguentou nas canetas e caiu por falta de nutrientes na terra, contrariando os relatos que a davam como alcoolizada na altura do acidente.
Um conselho para finalizar: se querem apanhar a verdadeira culpada, vão atrás da Ana. Segundo as últimas informações, estava em França. Recomenda-se, portanto, a emissão de um mandado de captura europeu para apanhar a gaja. Um ou dois, para o caso do IMA aceitar o repto de lhe mudar o nome para Alfredina...

18 comentários:

  1. Aqui a neve derreteu e a magia desapareceu.

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  2. Eu também não percebo qual é a cena de dar nomes às tempestades, ainda por cima de pessoas. Bastava mesmo dizer que vai chover e estava o problema resolvido. Mas pronto, ainda dá para dizer umas piadas com o nome e pegar com as pessoas que se chamam Ana xD.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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    1. É só estúpido, mas nós temos a distinta mania de copiar o que é ridículo.
      Mas, não fosse o ridículo, e a malta que tem a mania que é engraçada teria mais dificuldades, é verdade =P Beijinhos

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  3. Esta Ana não se sabe comportar pá, que desgraça. Mas realmente não sei a explicação para a atribuição ou não de nomes... É uma moda? Se se usa nos Estados Unidos, como os All Star e as calças Levi's, então nós também usamos? Se calhar é isso... De qualquer das formas, acho que o teu exemplo da Ana Malhoa foi excelente e, ao contrário de ti, acho a senhora uma verdadeira tempestade. Destrói os meus ouvidos sempre que passa. Se calhar o nome faz todo o sentido...

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    1. Precisa de uma semaninha numa casa de correcção, ainda havemos de concluir =P
      Acho que a ideia é mesmo essa: copiar o que se faz por terras do tio Sam. Já importámos a Black Friday, já importámos o Halloween, já importámos esta cena dos nomes para tempestades e qualquer dia importamos os penteados parvos á Trump. Só vantagens.
      Ah, mas estamos de acordo. Ela, com excepção da cantoria, tem tudo de bom. O pior mesmo são as passagens das notas musicais pelos nossos ouvidos. É o equivalente a um furacão de categoria 5, tendo em conta o potencial estrago que pode causar =P

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  4. Há alguém que deve gostar de chamar as coisas pelos nomes e deve considerar «tempestade», «chuva», «ventos fortes» demasiado abstrato. Vai na volta, Ana é muito mais elucidativo ;)

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    1. Pois, porque chamar tempestade ao conjunto de condições meteorológicas que englobam chuva e vento é uma coisa estranha, desusada mesmo. É muito mais fixe dar-lhe nome de gente. Ou então é só parvo. Eu vou mais por aí, mas é capaz de ser só o meu mau feitio =P

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  5. Pior... a Ana ainda por cima é bipolar. Tanto chove como faz sol de verão. Manda bombas ou, melhor dizendo, trovões assustadores e a seguir arco íris. Por isso é que dizem que as mulheres são complicadas, ora pois.

    Mas deixa que a seguir vem o Bruno que é para os homens não se ficarem a rir!

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    1. Na, na! Olha que enquanto por cá andou, a Ana foi sempre muito coerente na maldade! Houve até alturas que estava realmente zangada e barafustava como se lhe tivessem ficado com o último iPhone em promoção na Black Friday quando ela se preparava para o agarrar =P
      O Bruno deve ser um velho rabugento. Quando vier, vem todo resmungão, mas nós damos-lhe um calmante =P

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  6. Dar nomes às tempestades até é chique. E depois podemos sempre dizer "quando veio a Ana aconteceu isto e aquilo, mas quando veio o Bruno foi bem pior" são bué da maus os homens eheheh

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    1. Podemos dizer isso, sim, mas não nos livramos de sermos mal entendidos pelo nosso interlocutor. A Ana veio e partiu tudo e o Bruno mandou tudo pelos ares parece relato de um jantar de família que não correu lá muito bem =P

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  7. Malhoa é boa! Viva a malhoa!

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  8. Se esquecermos a música, estamos de acordo =P

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  9. Isso dos nomes deve ser coisas lá dos franceses ou dos espanhois, co-autores desta ideia de dar nome aos vendavais. Segundo li quem detecta primeiro tem a "honra" de dar nome ao bicho. Saiu-nos a Ana!
    Quando à Malhoa, tive o prazer (???) de a ver no muy nobre arraial do técnico e é muito turbinanço numa só pessoa... A sacana na Ana deixou-nos cá em casa num serão à luz das velas que não teve graça nenhuma!

    Ri-me bastante com o interrogatório da árvore. Com sorte fazem um relatório como o de Pedrogão e a comissão de peritos "independentes" também só publica as partes boas do relatório.
    Eu até me espanta o Costa não ter vindo dizer aos OCS que isto da Ana era culpa do Passos e restos da administração anterior.

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    1. Não é, não. É dos "amaricanos". Sabes que há muitos concorrentes a disputarem o primeiro lugar em matéria de parvoíce =P
      Ui, quanto é que não vale ver um show da Malhoa? Uh... é melhor não nos pôrmos a fazer contas dessas =P Aqui não houve falhas de electricidade. Ah, as maravilhas do campo... Nem permitem jantares românticos =P
      Só te ris das desgraças alheias, por sinal =P Não há como imputar responsabilidades ao anterior Governo por causa desta intempérie. Até porque o Passos Coelho só sabe nomes de tempestades em alemão, que era a língua que ele mais ouvia quando falava ao telefone =P

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    2. Uiii foi o turbinanço total, um luxo! Foi no dia do aniversário da filha dela então até tivemos direito a bonus a ouvir o grande hit da filha: o lollipop. xD

      As desgraças alheias costumam ter muito mais graça que as minhas xD

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    3. Há gente com muita sorte na vida. Quem é que não aprecia um bom lollypop? Ainda por cima, se for oferecido no arraial do Técnico, em pleno Intendente... Bem, adiante =P
      Isso tem muito de sádico e pouco de masoquista =P

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Se vêm para contestar, fiquem quietinhos e caladinhos. Isto não é minimamente democrático e quem manda aqui sou eu! Por isso, só são permitidos afagamentos de ego, mas com jeitinho! Demasiada fricção deixa-me o pelo eriçado, tipo gato assanhado. Não é bonito!