Breves considerações sobre indisposições presidenciais

Ora, o excelso Presidente da República, que responde pelo nome de Margarida Rebelo Pinto... Calma, calma! Era só para ver se estavam atentos. Recomecemos.
Ora, o excelso Presidente da República, que responde pelo nome de Marcelo Rebelo de Sousa, sofreu, e utilizando o termo médico correcto, um trango-mango. Foi no início da tarde de hoje, à saída da Basílica do Bom Jesus de Braga.
Não deixa de ser curioso que o desfalecimento de Marcelo, um devoto católico, tenha acontecido mesmo à saída de uma edificação católica. É como se o malandro do Jesus (e não o Bom Jesus, como apregoam que o gajo é) estivesse a dizer a Marcelo o seguinte: «eu guardo-te, filho, mas só aqui dentro. Da porta para fora, estás por tua conta».
O PR foi hospitalizado por precaução e foi-lhe diagnosticada uma gastroenterite aguda. Pois, senhor presidente, tem de ter cuidado com o que come. Olhe que encher o bandulho de hóstias antes do almoço não é boa ideia. Especialmente, se já tiverem passado do prazo de validade há coisa de 534 anos.
Apesar de tudo, não deixo de invejar a sorte que Marcelo tem. É um daqueles tipos que, claramente, veio ao mundo com o traseiro voltado para o satélite natural da Terra, que é como quem diz, com o cu virado para a Lua. Uns passitos mais à frente e o desfalecimento deixava de ser desfalecimento para passar a ser falecimento. Sim, amiguinhos, não tenhamos ilusões: vir a dar com os mata-ratos na escadaria do Bom jesus, do seu topo até à base, é coisa para não permitir ao praticante desse desporto radical voltar a sorrir... nem chorar... nem fazer malabarismo com bolas de bowling das mais pesadas... nem para... Pronto, já perceberam.
Ai, tio Lápis, estás tão dramático hoje! Ok, no caso de Marcelo, que já resistiu àquela espécie de banho em ácido sulfúrico que é a prática da natação no rio Tejo, era capaz de não ser assim tão grave. Talvez deixasse de ser "Marcelfi" durante uns tempos por falta de um elemento essencial para ter um sorriso bonito, que é a dentição, mas nada que não tivesse solução.
Depois de Cavaco Silva ter tombado para o lado em Elvas durante um 10 de Junho, é agora a vez de Marcelo. Há aqui um padrão, portanto: homem, acima dos 60 anos, ocupante do mais alto cargo do Estado português e figura proeminente do Partido Social Democrata. Um sério aviso a Passos coelho, é inequívoco. Se está com ideias de concorrer a Belém daqui por uns anos, seja ponderado e pense na sua saúde em primeiro lugar. Portugal, em geral, e os bombeiros que terão de alombar consigo, em particular, agradecem.