segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Paradoxos político-sexuais

Adolfo Mesquita Nunes fez o seu coming out numa entrevista de vida concedida ao Expresso. A homossexualidade assumida por parte do vice-presidente do CDS-PP tem merecido reacções positivas da esquerda à direita e várias têm sido as figuras do panorama político nacional a louvarem a coragem do dirigente centrista.
Eu sigo a tendência elogiosa, é claro. É de louvar a coragem e o contributo de Adolfo Mesquita Nunes para a igualdade entre heterossexuais e homossexuais e para a luta contra a discriminação em função da orientação sexual.
Ainda assim, não posso deixar de ficar estupefacto ao ver um alto dirigente de um partido conservador, cristão e defensor dos valores da família tradicional a afirmar que é gay. Para além de ter feito estremecer os alicerces da sede do Largo do Caldas, deve ter colocado Érica Fontes a pensar que pode muito bem conciliar a sua carreira na pornografia com a posição de madre superiora de uma congregação de carmelitas descalças.
Ok, esta comparação é só parva. Mas pensar que o Fernando Mendes ficou tentado a adquirir a Nutribalance já faz sentido, não faz?

12 comentários:

  1. Embora eu não saiba quem é o Adolfo (do nome é que não gosto) Mesquita Nunes é de louvar o seu "coming out" num país repleto de homofóbicos.

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    1. É de louvar, sim senhora. Já não concordo tanto no que se refere a catalogares este país de homofóbico. É cada vez menos e penso que até não se pode dizer que exista homofobia nas camadas mais jovens da sociedade portuguesa. Estamos a progredir bastante nessa matéria

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    2. Não sei como é em Lisboa, mas conheço vários jovens no Porto que são homofóbicos. Um familiar portuênce numa discussão sobre o tema disse que tencionava escrever um livro com o título "Teresa e os homossexuais" e a restante desmanchou-se a rir.
      Ainda não há muito tempo que mataram no Porto um tranvesti brasileiro.
      Desculpa um comentário tão longo, mas é um dos temas que mais me envolve. Tenho amigos homossexuais e amigas lésbicas, claro que aqui, na Alemanha.

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  2. Tenho que louvar esse «coming out»
    Depois, a vida é cheia de paradoxos interessantes!

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    1. Concordo com a primeira parte do comentário, discordo da segunda =P Há coisas que não fazem sentido e ser homossexual dentro de um partido como o CDS é uma delas

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  3. Fiquei um pouco espantada. Estudei na sala ao lado da dele no Liceu(durante 4 anos) e andamos na mesma faculdade ao mesmo tempo(durante 4 anos). Nunca falamos, mas passamos a vida a cruzar-nos e tínhamos amigos em comum, que o conheciam bem. Nunca pensei que fosse gay. Não sei dizer se fez bem, ou não, mas penso que é algo privado e que ele devia resguardar a sua vida. Mas cada um sabe de si... e só temos de respeitar...

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    1. Ah, sim? Pois, ele é teu conterrâneo e contemporâneo e é muito natural que tenhas passado a vida a esbarrar com ele.
      Eu acabo a louvar a coragem dele por ter assumido a homossexualidade. Penso que é importante para que haja mais compreensão e tolerância em relação à homossexualidade. O que me faz espécie é o conforto que ele sente num seio de um partido altamente conservador em matéria de costumes. Acaba por ser estranho até.
      Ele já tinha feito o seu "coming out" parcial quando foi candidato à Câmara da Covilhã. Foi instado a comentar o que achava do que tinham escrito num cartaz dele (gay) e ele disse que não havia nada para comentar até porque não era mentira nenhuma. A coisa não foi muito divulgada na altura, mas, pelos vistos, a homossexualidade dele não era assim tão desconhecida para os seus adversários.

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    2. Sim, de facto foi preciso coragem. Eu soube desse incidente do cartaz e há até quem diga que esse foi um dos motivos que não o deixaram ganhar. Continuamos a viver num país hipócrita onde é mais cómodo esconder as coisas que incomodam do que assumi-las.

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    3. A esmagadora maioria dos portugueses continua homofóbica, não tendo nada a ver em que partido gotas ou estás filiado.
      Homofobia é, por exemplo, escrever no cartaz "gay". Ninguém escreveria heterossexual num cartaz do António Costa.
      Quando é que chega o dia em que já não é preciso ser corajoso em Portugal para assumir a sua orientação sexual?

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  4. Olá!

    Embora eu esteja mais atento ao cotidiano político de meu país, no ouro lado do Atlântico, chamou-me a atenção o que escreveu: um conservador assumir a sua homossexualidade.

    Uma pergunta alguém poderia fazer se a aceitação da homossexualidade poria em risco o movimento político conservador ou mesmo a religião tradicional cristã dos povos?

    Sinceramente, observo que hoje estão a conciliar essas questões até por motivo de sobrevivência do próprio conservadorismo que, neste caso, passa a aceitar com naturalidade homossexuais discretos que não se contrapõem à hegemonia hétero e se enquadrem dentro de um padrão moral. Ou seja, não ambicionam grandes mudanças.

    Já um homossexual militante das causas progressistas ou de esquerda certamente buscará, por intermédio da política, questionar valores e conceitos. Inclusive no que diz respeito à família tradicional.

    Já nas religiões, percebo que a aceitação de homossexuais, como vem ocorrendo em antigas instituições protestantes, mesmo restringindo-se a uma parte delas, é algo que tem ocorrido de modo distinto das denominações evangélicas que surgiram nos Estados Unidos em recentes décadas. Tais instituições hoje acolhem, casam e até ordenam pastores homossexuais,porém não significa que estejam se abrindo para uma teologia mais liberal.

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  5. Depois de ter visto mulheres e mexicanos a defender Trump, naaaaaada me espanta. Muito menos um homossexual num partido conservador.

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  6. Ahahahha, é cada comparação que tu fazes!

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Se vêm para contestar, fiquem quietinhos e caladinhos. Isto não é minimamente democrático e quem manda aqui sou eu! Por isso, só são permitidos afagamentos de ego, mas com jeitinho! Demasiada fricção deixa-me o pelo eriçado, tipo gato assanhado. Não é bonito!