Adolfo Mesquita Nunes fez o seu coming out numa entrevista de vida concedida ao Expresso. A homossexualidade assumida por parte do vice-presidente do CDS-PP tem merecido reacções positivas da esquerda à direita e várias têm sido as figuras do panorama político nacional a louvarem a coragem do dirigente centrista.
Eu sigo a tendência elogiosa, é claro. É de louvar a coragem e o contributo de Adolfo Mesquita Nunes para a igualdade entre heterossexuais e homossexuais e para a luta contra a discriminação em função da orientação sexual.
Ainda assim, não posso deixar de ficar estupefacto ao ver um alto dirigente de um partido conservador, cristão e defensor dos valores da família tradicional a afirmar que é gay. Para além de ter feito estremecer os alicerces da sede do Largo do Caldas, deve ter colocado Érica Fontes a pensar que pode muito bem conciliar a sua carreira na pornografia com a posição de madre superiora de uma congregação de carmelitas descalças.
Ok, esta comparação é só parva. Mas pensar que o Fernando Mendes ficou tentado a adquirir a Nutribalance já faz sentido, não faz?
Cavalos aos tiros, homens aos coices, anões pernaltas e gigantes atarracados. Sem filtro, sem juízo, muita parvoíce e pouca graça. Aqui ninguém vem ao engano!
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Embora eu não saiba quem é o Adolfo (do nome é que não gosto) Mesquita Nunes é de louvar o seu "coming out" num país repleto de homofóbicos.
ResponderEliminarÉ de louvar, sim senhora. Já não concordo tanto no que se refere a catalogares este país de homofóbico. É cada vez menos e penso que até não se pode dizer que exista homofobia nas camadas mais jovens da sociedade portuguesa. Estamos a progredir bastante nessa matéria
EliminarNão sei como é em Lisboa, mas conheço vários jovens no Porto que são homofóbicos. Um familiar portuênce numa discussão sobre o tema disse que tencionava escrever um livro com o título "Teresa e os homossexuais" e a restante desmanchou-se a rir.
EliminarAinda não há muito tempo que mataram no Porto um tranvesti brasileiro.
Desculpa um comentário tão longo, mas é um dos temas que mais me envolve. Tenho amigos homossexuais e amigas lésbicas, claro que aqui, na Alemanha.
Tenho que louvar esse «coming out»
ResponderEliminarDepois, a vida é cheia de paradoxos interessantes!
Concordo com a primeira parte do comentário, discordo da segunda =P Há coisas que não fazem sentido e ser homossexual dentro de um partido como o CDS é uma delas
EliminarFiquei um pouco espantada. Estudei na sala ao lado da dele no Liceu(durante 4 anos) e andamos na mesma faculdade ao mesmo tempo(durante 4 anos). Nunca falamos, mas passamos a vida a cruzar-nos e tínhamos amigos em comum, que o conheciam bem. Nunca pensei que fosse gay. Não sei dizer se fez bem, ou não, mas penso que é algo privado e que ele devia resguardar a sua vida. Mas cada um sabe de si... e só temos de respeitar...
ResponderEliminarAh, sim? Pois, ele é teu conterrâneo e contemporâneo e é muito natural que tenhas passado a vida a esbarrar com ele.
EliminarEu acabo a louvar a coragem dele por ter assumido a homossexualidade. Penso que é importante para que haja mais compreensão e tolerância em relação à homossexualidade. O que me faz espécie é o conforto que ele sente num seio de um partido altamente conservador em matéria de costumes. Acaba por ser estranho até.
Ele já tinha feito o seu "coming out" parcial quando foi candidato à Câmara da Covilhã. Foi instado a comentar o que achava do que tinham escrito num cartaz dele (gay) e ele disse que não havia nada para comentar até porque não era mentira nenhuma. A coisa não foi muito divulgada na altura, mas, pelos vistos, a homossexualidade dele não era assim tão desconhecida para os seus adversários.
Sim, de facto foi preciso coragem. Eu soube desse incidente do cartaz e há até quem diga que esse foi um dos motivos que não o deixaram ganhar. Continuamos a viver num país hipócrita onde é mais cómodo esconder as coisas que incomodam do que assumi-las.
EliminarA esmagadora maioria dos portugueses continua homofóbica, não tendo nada a ver em que partido gotas ou estás filiado.
EliminarHomofobia é, por exemplo, escrever no cartaz "gay". Ninguém escreveria heterossexual num cartaz do António Costa.
Quando é que chega o dia em que já não é preciso ser corajoso em Portugal para assumir a sua orientação sexual?
Olá!
ResponderEliminarEmbora eu esteja mais atento ao cotidiano político de meu país, no ouro lado do Atlântico, chamou-me a atenção o que escreveu: um conservador assumir a sua homossexualidade.
Uma pergunta alguém poderia fazer se a aceitação da homossexualidade poria em risco o movimento político conservador ou mesmo a religião tradicional cristã dos povos?
Sinceramente, observo que hoje estão a conciliar essas questões até por motivo de sobrevivência do próprio conservadorismo que, neste caso, passa a aceitar com naturalidade homossexuais discretos que não se contrapõem à hegemonia hétero e se enquadrem dentro de um padrão moral. Ou seja, não ambicionam grandes mudanças.
Já um homossexual militante das causas progressistas ou de esquerda certamente buscará, por intermédio da política, questionar valores e conceitos. Inclusive no que diz respeito à família tradicional.
Já nas religiões, percebo que a aceitação de homossexuais, como vem ocorrendo em antigas instituições protestantes, mesmo restringindo-se a uma parte delas, é algo que tem ocorrido de modo distinto das denominações evangélicas que surgiram nos Estados Unidos em recentes décadas. Tais instituições hoje acolhem, casam e até ordenam pastores homossexuais,porém não significa que estejam se abrindo para uma teologia mais liberal.
Depois de ter visto mulheres e mexicanos a defender Trump, naaaaaada me espanta. Muito menos um homossexual num partido conservador.
ResponderEliminarAhahahha, é cada comparação que tu fazes!
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