Ora bem, não tenho por hábito fazer transcrições literais, mas constatado que está que sou um preguiçoso intelectualmente falando, vou fazer jus a essa minha condição e colocar aqui umas linhas que encontrei num artigo do Jornal de Notícias. São sobre a recomendação de D. Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa, acerca da vida sexual dos recasados, ou seja, os casais que voltam a refazer a sua vida conjugal depois de experiências matrimoniais fracassadas. Reza assim (e reparem que a escolha do verbo rezar foi um mero acaso... ou não):
«Cardeal patriarca de Lisboa emitiu orientações sobre o acesso dos católicos "em situação irregular" aos sacramentos, que neste caso devem ser vividos "de modo reservado".
Os católicos em "situação irregular", ou seja, aqueles que vivem uma nova união após o divórcio ou vivem uma união fora do casamento, podem ter acesso aos sacramentos, como a confissão e a comunhão, mas "em circunstâncias excecionais", defende o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Cada caso deve ser analisado individualmente e quando haja dúvidas deve ser apresentado ao tribunal diocesano. Autorizada a reintegração dos católicos recasados, D. Manuel Clemente aconselha que os sacramentos se realizem "de modo reservado" e que se deve "propor a vida em continência na nova situação", ou seja, sem prática de relações sexuais.»
Estou a imaginar um casal que se encontre nestas circunstâncias a tomar consciência das implicações desta notícia, num diálogo que pode ser muito parecido com o que vou aqui apresentar:
- Ó Quitério, tu estás a ver o que aqui está escrito? - diz o elemento feminino do casal, arregalando os olhos e deixando descair o queixo - Então, mas ele... mas o... mas não...
Achando o choque da companheira um tanto ou quanto exagerado, o homem encolhe os ombros e exclama:
- Oh, que é que tem?! Quero é que se foda!
Ao ouvir esta expressão idiomática tão nossa, a mulher olha-o de forma fulminante e atira em tom irritado:
- Será que não percebes? É isso mesmo que ele não quer que façamos, diacho!
Cavalos aos tiros, homens aos coices, anões pernaltas e gigantes atarracados. Sem filtro, sem juízo, muita parvoíce e pouca graça. Aqui ninguém vem ao engano!
O cardeal de Lisboa ficou com um trauma depois de ser mal tratado nos seminários.
ResponderEliminarUma hóstia para o infeliz Manuel Clemente.
Relações sexuais são demasiado saudáveis para que um homem da igreja nos impeça de as ter.
A Igreja Católica foi fundada há vários séculos e a perspectiva que tem de diversos assuntos da vida humana permanece inalterada. Pregam uma moral completamente desusada e desajustada da realidade que se vive. Já ninguém liga ao que diz, a não ser aqueles que fazem chalaça das posições estapafúrdias que vai tomando
EliminarAqui, na Alemanha, num cardeal se preocupou que o meu casamento seja só pelo civil. Aí, ainda é pior do que "recasada". A Igreja Católica Portuguesa está cada vez mais retrógrada.
EliminarLi algures que os caminhos da Fé não se resolvem com regras sobre mais cama ou menos cama.
Não se admirem que as igrejas estejam quase vazias.
Nem tenho palavras!
ResponderEliminarr: Porque seria?
E gestos? Tens? =P
EliminarPorque dar asas subentende movimento e preguiça não. Simples ;)
Eles estão num mundo à parte, numa redoma e não descem para o mundo real... triste, muito triste...assim as pessoas afastam-se cada vez mais da igreja e pior: do cristianismo.
ResponderEliminarO mundo à parte em que vivem vai acabar por destrui-los no mundo que verdadeiramente importa: o real. Eu nunca fico nada triste pela perda da influência da Igreja Católica, para dizer a verdade. Aceito que viver numa sociedade com raízes no Cristianismo seja bastante melhor que viver sob influência de outras religiões bem mais castradoras, mas defendo que a ausência da religião poderá ser ainda mais benéfica para o progresso de uma sociedade.
EliminarAo contrário do que nos querem vender, valores como a solidariedade, a fraternidade, o amor e a amizade não nos são oferecidos em exclusivo pelo catolicismo. As sociedades modernas fundaram-se com esses valores já absorvidos e são até bem mais tolerantes do que aquilo que o catolicismo pretende