Onde é que fica o Peso da Régua? Ai, é no Norte. Ai, é por onde passa o Douro! Ai, é onde se situam as vinhas mais famosas de Portugal! Uma merda! Eu é que sei!
1991, escola primária da minha aldeia, uma manhã de chuva e os alunos todos em fila indiana para mostrarem os trabalhos de casa à professora, que era ruim como as cobras. Um dos meus colegas, burro como uma porta, aproxima-se, a medo, da mesa do demónio de saias.
- Vá, mostra lá isso!
O rapaz, hesitante, dá um passo em frente e estica o caderno onde trazia os exercícios feitos na véspera. A mulher começa a olhar para o resultado do "apurado" estudo e fixa o olhar no pobre:
- Seu burro! Tens isto mal outra vez!
Acto contínuo, deita a mão à régua, levanta-a no ar e fá-la descer rapidamente sobre a cabeça do asno de duas patas. Ora o que lhe faltava em inteligência sobrava-lhe em agilidade. Desviou-se a tempo de evitar a estrondosa pancada, num gingar de ancas digno de um dançarino profissional.
Quem é que estava logo atrás dele na fila? Quem é que não esperava a sucessão de acontecimentos conspiratórios? Quem é que não se mexeu? Quem é que levou com a régua nos cornos com tanta força que a partiu ao meio? Quem é que ainda hoje tem sequelas facilmente detectáveis ao fim de 30 segundos de conversa? Quem é que quer que aquela desgraçada daquela terra mude de nome para diminuir as implicações do seu trauma de infância?
O autor da resposta certa ganha uma régua partida ao meio, um compasso de bico ferrugento e um transferidor de 90 graus!
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Se vêm para contestar, fiquem quietinhos e caladinhos. Isto não é minimamente democrático e quem manda aqui sou eu! Por isso, só são permitidos afagamentos de ego, mas com jeitinho! Demasiada fricção deixa-me o pelo eriçado, tipo gato assanhado. Não é bonito!